
A defesa do enteado do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), Alejandro Valeiko, reuniu na tarde desta quarta-feira, dia 16, com a procuradora geral de Justiça, Leda Mara Albuquerque, e depois com o delegado da DEHS (Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros).
Participaram da reunião o advogado Felix Valois e Diego Gonçalves.
Horas depois, Marco Aurélio Choy e Diego Gonçalves estiveram na DEHS e reuniram com o delegado Paulo Martins, que conduz o inquérito.
O motivo era o mesmo: a defesa tenta acesso a um depoimento de uma suposta “testemunha chave” da investigação sobre o homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues.
Matéria da jornalista Joana Queiroz do jornal A Crítica desta terça-feira, dia 15, informou que uma testemunha prestou depoimento no caso e apresentou versão que pode indicar “reviravolta” na investigação.
Primeira-dama
Havia expectativa que o depoimento da primeira-dama Elisabeth Valeiko, mãe de Alejandro Valeiko, pudesse ocorrer nesta quarta-feira. Marco Aurélio Choy deu entrevista na DEHS indicando que a colaboração de Elisabeth com a investigação deve ocorrer após o acesso ao depoimento da “testemunha chave”
A primeira-dama não é obrigada a testemunhar no caso, segundo os advogados de Alejandro, e nem consta entre os indicados.
Cerceamento de defesa
Num documento protocolizado nesta terça-feira, a defesa de Alejandro Valeiko alega que, caso esse depoimento tenha ocorrido sem a presença deles, que até agora não conseguiram acesso ao mesmo, há por parte da investigação “cerceamento de defesa”.
Os advogados de Alejandro alega que solicitou prévia intimação de todas as oitivas e apresenta como argumento a súmula vinculante 14 do STF, que indica que é direito do defensor o mais amplo acesso aos elementos de prova que, “já documentados em procedimento investigatório” digam respeito ao exercício da defesa.
Defesa e investigação têm demonstrado nos 16 dias da investigações sinais do que deve abastecer o embate jurídico após a conclusão desta fase.
Juristas ouvidos pelo blog informa que o momento da investigações levanta elementos que podem subsidiar a acusação na hora da denúncia, como também munir a defesa de elementos capaz até de alegar nulidade do processo. Ou seja, que o mesmo não seja apreciado no mérito em função de falhas nas regras que devem ser seguidas na sua composição.
Veja o pedido que o blog teve acesso:


Caso Flávio Rodrigues
Flávio foi encontrado morto num terreno no bairro Tarumã, com marca de seis facadas na costas, perna e barriga, horas após se reunir no dia 29 de setembro com outros homens na casa de Alejandro Valeiko. A casa de Alejandro foi o último local que Flávio foi visto vivo antes do homicídio.
O desembargador José Hamilton Saraiva dos Santos afirmou, na decisão que determinou prisão temporária de 30 dias para Valeiko no dia 7 de outubro, que “fatos concretos evidenciam” participação dele no assassinato do engenheiro.
Elizeu da Paz foi considerado pelo delegado do 19º Dip (Distrito Integrado de Polícia), Aldeney Goes Alves, que iniciou as investigações e fez os pedidos de prisão, como suspeito de “autoria ou participação” no homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues e que pode ter usado veículo do executivo municipal no crime.
Elizeu é policial militar lotado na Casa Militar da Prefeitura de Manaus. A defesa de Elizeu nega a acusação.
A polícia também pediu prisão temporária de Vittorio Del Gato (cuidador de Alejandro), Elizeu da Paz Souza (policial lotado na Casa Militar), Mayc Vinícius Teixeira Parede (amigo do policial), José Evandro Martins de Souza Júnior e Elielton Magno de Menezes Gomes Júnior. Os dois últimos estavam na casa de Alejandro, no dia do homicídio.
Foto: Amazonas Atual.