
A adesão dos praças da PM-AM (Polícia Militar do Amazonas) à ameaça de greve geral no Estado do Amazonas deve virar um motor do MUSP (Movimento Unificado dos Servidores Públicos) que tentam fazer com que o Governo Wilson Lima volte atrás na Lei 189/2019, que congela aumento de salários no Estado por dois anos.
A categoria demonstrou coesão e força em movimentos anteriores, especialmente porque as faltas coletivas, usadas como estratégia de paralisação na PM-AM, atingem toda a sociedade.
Desta vez, policiais se consideram uma das mais penalizada pelo congelamento dos salários porque ainda tem reposição de perdas do Governo Melo, aprovadas no Governo Amazonino Mendes, que só seriam pagas em 2020.
Além disso, o anúncio de não adiantamento do pagamento do 13º irritou os servidores públicos de todas as áreas.
Nesta sexta-feira, dia 2, haverá uma coletiva de imprensa do movimento para falar sobre a proposta de greve geral por tempo indeterminado dos servidores públicos.
Na assembleia realizada, nesta quinta-feira, dia 1, na Apeam, os praças aprovaram falta coletiva para a próxima semana. Veja vídeo da reunião.
Insegurança
Dados da SSP (Secretaria de Estado de Segurança Pública), divulgados pelo jornalista Ive Rylo do Portal G1 Amazonas esta semana, ajudam a entender a pressão que a paralisação desta categoria pode impor ao governo e servir como motor ao movimento dos servidores públicos.
Os dados apontam que de janeiro a junho de 2019 foram registrados mais de 20 mil assaltos à mão armada em Manaus.
Média
A média mensal é de 3.333 assaltos na capital. A média diária, portanto, indica que Manaus registra 111 assaltos à mão armada por dia! Os dados da SSP não separam os tipos de abordagem, como, por exemplo, os contantes assaltos à ônibus e passageiros do transporte urbanos e os (já não tão incomuns) assaltos cometidos dentro de shoppings e outros pontos comerciais. Estes atingem num só registro um número maior de pessoas.
Se esse registro é feito com a atuação normal da segurança pública, apontada pelo governo como estratégia para redução de 20% do mesmo tipo de crime em relação ao ano passado, como ficará a segurança pública com a paralisação de policiais?
Isso sem falar em outros gargalos da segurança pública no Amazonas.
Amazonino cedeu
No Governo Amazonino Mendes, a categoria decidiu pela paralisação como forma a pressionar pela reposição da data-base de anos anteriores. Em um dia, o governo cedeu.
Dois lados
Enquanto o governo chama a medida aprovada na ALE-AM que congela as data-bases por dois anos de Lei do Teto e tenta, sem êxito, explicar que os salários só ficarão congelados se a condição financeira do Estado não melhorar, os servidores públicos a chama de Lei do Congelamento.
Foto: Apeam