
A uma semana da votação em segundo turno, o governador e candidato à reeleição, Amazonino Mendes (PDT), apresentou ao TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas) o primeiro pedido de cassação contra o adversário dele neste segundo turno, o apresentador de TV Wilson Lima (PSC).
A representação com base no artigo 41-A da Lei nº 9.504/97, a Lei das Eleições, alega que o ex-prefeito de Nhamundá Mário José Chagas Paulain comprou votos no primeiro turno com “anuência e consentimento” do candidato Wilson Lima e do vice dele Carlos Almeida Filho (PRTB).
O pedido de cassação, que está sob a relatoria do juiz Ricardo Augusto Sales, solicita “cópias integrais” do material apreendido e do andamento da investigação após a prisão do ex-prefeito no dia da eleição em primeiro turno, dia 7 de outubro.
Amazonino requer ainda envio do aparelho celular de Mário Paulain, apreendido no dia da prisão, para realização de perícia. O objetivo, segundo a representação, é provar, a partir das mensagens do aparelho, que Wilson e Carlos Almeida tinham conhecimento da compra de votos de que são acusados.
Além da cassação, Amazonino pede que a justiça eleitoral puna a chapa adversária com aplicação de multa máxima por captação ilícita de sufrágio.
NHAMUNDÁ
De acordo com a representação, Mário Paulain foi preso no dia 7 de outubro, primeiro turno da eleição, após a polícia receber denúncia de que estaria ocorrendo “crime de corrupção eleitoral” na Pousada Tucunaré, município de Nhamundá.
Com ele, foram apreendidos material de campanha de diferentes candidatos, R$ 2.200, um bloco de recibos com várias páginas preenchidas com valores, a maioria de R$ 50, segundo material disponibilizado na representação proposta por Amazonino Mendes.
No dia da operação, fotos de Paulain em um dos quartos da pousada com diversos santinhos foram distribuídas na mídia. As fotos mostravam material de campanha de Wilson Lima e de Amazonino Mendes.
Na representação, o jurídico de Amazonino apresenta sequência de fotos em que Paulain, após flagrante, arruma sobre a cama bandeira com o nome de Amazonino. A representação alega que o ato foi feito para enganar a autoridade policial.
O pedido de cassação diz que, embora o ex-prefeito tenha se oferecido para atuar na campanha de Amazonino, o candidato o rejeitou porque preferiu que “sua campanha naquele município estivesse nas mãos de pessoas mais comprometidas com a lisura eleitoral”.
OUTRO LADO
O advogado da coligação de Wilson Lima, Helder Cintra, declarou que a defesa está analisando a denúncia e que irá se manifestar posteriormente por meio de nota.
Foto: Reprodução da Representação apresentada ao TRE-AM