
✔ Com importância política nacional, o senador e líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, inicia uma agenda para voltar ao holofote na mídia do Amazonas após temporada de isolamento. Neste sábado, dia 18, o senador convidou para um bate-papo jornalistas com atuação em Manaus e na Região Metropolitana.
✔ Braga disputou a reeleição em 2018 longe de polêmicas, evitou a mídia e manteve um certo cessar-fogo em relação aos adversários. Foi correspondido. O senador chegou a ser ameaçado mas venceu a onda do novo. Luiz Castro (Rede) teve votação muito próxima a dele: 581.553 e Eduardo Braga 607.286 votos.
✔ Aos jornalistas convidados para um almoço, foi questionado e falou de temas sensíveis aos Governos Federal e Estadual como Reforma da Previdência, cortes na Educação, aumento da energia elétrica para o consumidor no Amazonas, greve de professores estaduais.
✔ A fala, no entanto, passou longe de críticas diretas e contundentes aos governantes. Sobre o governo Bolsonaro, disse que não torcia contra. Ao contrário, esperava que “o governo se instale”, o que ainda não ocorreu, na opinião dele. “Já é tempo de se instalar”. Em relação a Wilson Lima, não fez crítica.
✔ O senador aproveitou os questionamentos sobre a greve na educação para destacar as políticas salariais e os resultados do desempenho dos alunos e escolas quando ele foi governador do Estado.
✔ “Criamos Plano de Cargos Carreiras e Salários que estabelecia 14º, 15º e 16º salários em função de cumprimentos de metas de qualidade de ensino. Isso fez com que o Amazonas, junto com outras políticas públicas, saísse das últimas colocações no ranking do Ideb nacional. Eu entreguei o Amazonas ao meu sucessor com o Ideb entre os 13 melhores do Brasil em todos os níveis. Lamentavelmente, o Ideb hoje voltou às últimas posições. A educação deixou de ser prioridade”, afirmou o senador.
✔ Braga também esclareceu a polêmica sobre as propostas da retirada do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) das mãos do ministro da Justiça, Sérgio Moro, para o Ministério da Economia e as limitações das atividades dos auditores da Receita Federal, previstas na Reforma Administrativa que tramita no Congresso Nacional.
✔ O senador disse que apenas a segunda foi uma sugestão dele ao relator da medida provisória , o senador e líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), durante uma reunião da bancada do MDB. Eduardo Braga também afirmou que, na opinião dele, o Coaf não deveria estar no Ministério da Justiça. As mudanças receberam críticas dos defensores da Lava Jato.
✔ “Auditor fiscal tem que tratar de crime tributário. Se ele quiser tratar de crime que não sejam tributários, ele tem que encaminhar ao MP. É isso que manda a lei. Não tratei de Coaf. Só para fazer justiça comigo mesmo. Mas concordo que volte para o Ministério da Economia. Coaf não é para apurar crime de organização criminosa. Nem todo crime financeiro é em função de organização criminosa. Nenhum País da Europa classifica os dados financeiros como policialescos. EUA, Canadá, nenhum faz isso. Para se ter ideia, raros Países, sejam ditaduras de esquerda ou de direita, fazem isso. Só os que tenderam a ter politicas muito maléficas, como, por exemplo, os nazistas”, declarou.
✔ A tentativa de iniciar uma agenda positiva na mídia local esbarra um pouco no que os aliados do senador Eduardo Braga consideram “o jeito dele”. Este é um ponto explorado, e com sucesso, por adversários de Braga a cada eleição. Nas quase duas horas de conversa com jornalistas, Braga teve momentos com perfil simpático e outros mais rudes nas respostas.
✔ O problema não é só do senador do MDB. Vários políticos têm reações, nos mais variáveis níveis de aspereza no trato com jornalistas, quando questionados sobre determinados assuntos. Jornalistas existem para perguntar e para tratar de assuntos que possam parecer inconvenientes. Se não for para isso, não servem para nada. Os políticos deveriam aprender a aproveitar momentos assim para esclarecer informações que não deixam mais de circular. Falem eles ou não. Gostem eles ou não.
✔ Apesar do temperamento, Braga, ao chamar profissionais da imprensa para falar abertamente sobre o que quisessem, sinaliza que considera jornalistas como um canal de comunicação com a sociedade, neste momento que o País vive. Diferente, por exemplo, da postura do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que por várias vezes sinalizou não admitir qualquer questionamento, desqualificar, desrespeitar e atacar jornalistas durante entrevistas, na mídia e nas redes sociais. A cada entrevista, ataques constrangedores que agridem não só os profissionais, mas a sociedade ali representada na atuação deles.
✔ Braga, em declarações, tem buscado demonstrar ser contrário a posicionamentos mais radicais da postura e decisões de Bolsonaro, nestes primeiros dias de governo.
Foto: Divulgação
Ouça o podcast da coluna de Polícia da Rádio Band News Difusora neste link. Todos os dias ao vivo às 8h20 na 93.7
Parabéns querida amiga Rosilene Carvalho excelente matéria.