
O secretário da Sepec (Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade) do Ministério da Economia, Carlos Alexandre da Costa, crítico do modelo, prolongou estadia em Manaus e se reuniu com políticos e empresários na sexta-feira, dia 26, na Fieam (Federação das Indústrias do Amazonas).
Após a inclusão cuidadosa da frase “não queremos acabar com a ZFM”, Carlos Costa usou, em tom positivo, o discurso da necessidade de criação de novas matrizes econômicas para o Estado do Amazonas repetido em vários momentos no primeiro semestre deste ano.
Interpretado como um plano perigoso e uma cortina de fumaça para colocar em prática as negativas para a área de produção industrial com isenção fiscal, as declarações de Carlos Costa dividiram a opinião do público que o ouviu em Manaus.
Otimistas e pessimistas
Segundo economistas, políticos e empresários ouvidos pelo blog, as impressões se dividiram em: os que saíram confiantes de que a ZFM está protegida. Este grupo é composto por empresários alinhados à ideologia política do governo.
Há um outro grupo considerado “pé no chão” que avalia que o terreno continua como antes – de risco para a ZFM – porém com o plus do discurso de abertura para importações que não existia e surgiu com força.
Há ainda um terceirou grupo, que está pessimista com o desfecho da ZFM no Governo Bolsonaro.
Para o ex-ministro da Fazenda, Delfim Neto, a equipe de Bolsonaro “obviamente” não é favorável à ZFM.
Histórico
Carlos Costa foi protagonista, no primeiro semestre, de várias declarações ruins em relação à ZFM.
Já na posse do superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, deu a ele a missão de “reconstruir” a autarquia. E no discurso do mesmo evento, pediu que ninguém tocasse no assunto “subsídio”.
Em matéria publicada no dia 19 de janeiro na Folha de São Paulo, Carlos Costa adiantou que a Zona Franca passaria por uma revisão profunda.
“A Zona Franca é um exemplo, estamos revendo e vamos rever profundamente. Não para acabar. Está resolvida e vai até 2073, respeitamos o Congresso Nacional, mas vamos tornar esses benefícios mais efetivos”, afirmou o secretário ao jornal.
Depois veio o Plano Dubai, anunciado por ele no jornal Folha de SP, em junho deste ano, surpreendendo e recebendo reprovação de políticos e empresários do Amazonas.
Foto: Suframa – Divulgação