Chalub e Carlas Reis cotados para presidente e vice do TJ; no TRE: Thury e Jorge Lins

Foto: Desembargadores Flávio Pascarelli, Domingos Chalub e Ari Moutinho (Raphael Alves/Divulgação)

Foto: Desembargadores Flávio Pascarelli, Domingos Chalub e Ari Moutinho (Raphael Alves/Divulgação)

A eleição e escolha dos postos de comando do TJ-AM (Tribunal de Justiça do Amazonas) e do TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas), que devem ocorrer até abril, já têm nomes favoritos aos cargos em disputa.

No TJ-AM, a eleição está marcada para o dia 14 de abril e vai definir presidente, vice-presidente e corregedor. A indicação para as duas vagas de desembargador do TRE-AM deve ocorrer nas últimas sessões do pleno TJ em março.

Duas mulheres

O desembargador Domingos Chalub é o favorito ao cargo mais alto do judiciário do Amazonas, tendo o nome de duas mulheres com cotadas ao cargo de vice-presidente e corregedora do TJ-AM. A desembargadora Carla Reis é o nome que aparece, segundo magistrados e assessores do TJ-AM, para vice de Chalub e Nélia Caminha para futura corregedora.

Em jogo

De acordo com o portal transparência do Governo do Amazonas, a presidência do TJ-AM é responsável por um orçamento de cerca de R$ 750 milhões por ano. Administrativamente também há sob a tutela do gestor do TJ-AM muitos cargos comissionados com os melhores salários do funcionalismo público no Estado.

No TRE-AM, há a função da condução das eleições e do destino dos eleitos após o resultado das urnas.

Primo

O desembargador e vice-presidente do TRE-AM, Artistóteles Thury, deve ser reconduzido ao TRE-AM e aclamado presidente do regional. Este movimento era previsto em articulações de eleições passadas na corte do TJ-AM.

O grupo com mais força no TRE-AM é o que tem o desembargador e ex-presidente do TJ-AM Flávio Pascarelli como líder.

O primo dele, Jorge Lins, aparece nas articulações de bastidores como o cotado para ser o indicado para o TRE-AM. Isso daria ao desembargador as funções de vice-presidente e corregedor do TRE-AM.

Lins chegou a ser cotado em anos anteriores para o TRE-AM, quando o iniciou a “era Pascarelli” na atuação e liderança da ocupação de cargos de poder no judiciário do Amazonas, mas o passo foi frustrado em meio ao vazamento de vídeos íntimos do desembargador fruto de uma chantagem virtual que ele foi alvo.

Na ocasião, ele era vice-presidente do primo no TJ-AM.

Poder

Especula-se que Milardson Rodrigues Filho, que foi o secretário-geral no TJ-AM na administração de Pascarelli, volte a exercer a função no mandato na gestão Chalub. Milardson é homem de confiança do desembargador Pascarelli e o assessora há anos.

A composição e a falta de um candidato que agregue votos para derrubar os comandos do grupo Pascarelli sugerem que a oposição deve ficar, pelo menos, mais dois anos de jejum dos cargos de direção.

Foto: Desembargadores Flávio Pascarelli e Socorro Guedes (Raphael Alves)/Divulgação

Quebra da tradição deixou Socorro Guedes longe da cadeira de presidente

A força do grupo que detém o maior número de votos no pleno do TJ-AM deixa a desembargadora Socorro Guedes mais uma vez fora da presidência. O critério de antiguidade para chegar ao cargo foi quebrado na vez dela. Se fosse por esta tradição, era para a desembargadora ter sido a presidente depois de Ari Moutinho e antes de Flávio Pascarelli, que antecedeu a atual gestão do desembargador Yêdo Simões.

Nos bastidores, se comenta que a desembargadora Socorro Guedes e o desembargador Wélligton José de Araújo foram incentivados a lançar os nomes na disputa pela presidência do TJ. Aliados de Socorro afirmam que ela não deve arriscar e “se queimar mais uma vez” em função da força do grupo adversário.

Um magistrado próximo ao atual presidente Yêdo Simões, ao ser questionado sobre a possibilidade de candidatura de Wéllinton Araújo respondeu: “Não. O grupo está fechado”.

Pascarelli

Desde que assumiu como presidente, o desembargador Pascarelli se mantém na liderança do grupo que define os cargos de poder no TJ-AM e TRE-AM. Sair do cargo de presidente não o enfraqueceu.

Entre advogados e magistrados ouvidos pelo blog, a avaliação é que a única derrota dele foi quando a advogada Adriana Mendonça perdeu a vaga de suplente no TRE-AM para o advogado Fabrício Marques, filho do ex-desembargador eleitoral Francisco Marques.

Adriana foi a mais votada no TJ-AM e era a favorita da bancada do Amazonas.

Comenta-se que Fabrício Marques contou com a simpatia do superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, e foi o escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro.

Na gestão do desembargador Pascarelli, o número de membros do pleno do TJ-AM, com aprovação do poder legislativo, aumentou de 19 para 26 magistrados.