
O diretor do Musa (Museu da Amazônia) e presidente de honra da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), Ennio Candotti, foi homenageado com o título de cidadão do Amazonas na tarde desta quarta-feira, dia 21, na ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas).
“Essa homenagem me sensibiliza muito. Sinto também que me atribui mais responsabilidades naquilo que estou construindo. Agora, sou parte da grande família do Amazonas. Até agora, o que eu fazia e dizia era visto e ouvido como dito e feito por um viajante. Agora, sou cidadão do Amazonas. A Assembleia do Amazonas me convidou e me deu o direito a criar raízes nesta generosa terra”, declarou o cientista durante a homenagem.
A proposta de entrega do título partiu do deputado estadual Serafim Corrêa (PSB).
“O professor Candotti tem uma vida dedicada e com relevantes serviços prestados ao Brasil, dedicada também à Amazônia. Ele escolheu ser amazonense. Homenagem mais do que merecida (…) Ennio é um nome nacional. É um cientista que dedicou a vida inteira à ciência e à tecnologia. Nos últimos anos, dedicou-se à Amazônia. Hoje, ele preside o Musa, que é a Manaus que Manaus não conhece”, declarou.
O Musa, segundo Serafim Corrêa, é o segundo lugar mais visitado por turistas em Manaus hoje. “Em alguns meses, como no verão, o Musa ganha mais visitantes do que o Teatro Amazonas. É um local que o manauara precisa conhecer para se inteirar sobre a nossa biodiversidade, para conhecer a floresta e ver os contrates entre floresta e a cidade”.
O cientista Ennio Candotti disse que o Musa foi criado como forma de aproximar a população da natureza.
“E os primeiros resultados estão surgindo. Oito mil visitantes vieram no último mês conhecer a flora da Reserva Ducke. Muitos deles, mais do que a metade, turistas. Realizamos pesquisas em arqueologia, paleontologia, cigarras e insetos, etc., que interessam não apenas a cientistas, mas também a estudantes e visitantes”, afirmou.
Biografia
Nascido em Roma, Ennio Candotti veio para o Brasil em 1952. Em 1964, formou-se em física pela Universidade de São Paulo (USP), onde também estudou, durante três anos, filosofia.
Em 1965, foi para a Europa; ali passou nove anos trabalhando e fazendo especialização em física e matemática.
Em 1974, a convite da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), voltou ao Brasil para dar aula no Instituto de Física da instituição. Na UFRJ, coordenou por muitos anos o ciclo básico do curso de graduação. Logo que chegou ao Rio, Candotti se envolveu com projetos de divulgação científica.
Entre 1977 e 1981, foi secretário regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) no Rio de Janeiro. Em 1982, na diretoria da entidade, Candotti participou da criação da revista Ciência Hoje. Em 1988, Candotti esteve na Argentina implantando a revista Ciencia Hoy, que até hoje trabalha em parceria com a edição brasileira.
Em 1996, foi dar aula na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e deixou a direção da revista.
Em 1998, foi agraciado com o Prêmio Kalinga de popularização da ciência, concedido pela Unesco.
Foi presidente da SBPC e hoje é presidente de honra da sociedade. É professor voluntário da Ufam e diretor do Musa.
“Com informações da assessoria de comunicação do deputado estadual Serafim Corrêa.
Foto: Serafim Corrêa – Divulgação