
O arquivamento do impeachment contra o governador Wilson Lima (PSC) e o vice-governador Carlos Almeida Filho (PRTB) era um desfecho esperado, tanto pela base aliada quanto pela oposição.
A temperatura da tramitação de pedidos de cassação e impeachment, no legislativo e também no judiciário, depende muito mais do clima político que do conteúdo das denúncias e da insatisfação popular ou avaliação de governos.
Como exemplos recentes estão os casos que tiraram do cargo a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e mantiveram na função o ex-presidente Michel Temer (MDB). Os dois eram mal avaliados. Mas Temer era querido e mantinha boa relação com parlamentares.
Na ALE-AM, no final do ano, o Governo Wilson Lima conseguiu consolidar maioria de deputados em sua base aliada.
Erros técnicos
No caso do pedido contra o governador, não nem foi preciso voto. A mesa diretora da ALE-AM não aceitou a denúncia com base no parecer da Procuradoria da casa legislativa, que apontou erros técnicos no pedido.
O deputado estadual da base do governo Saullo Vianna (sem partido) citou, como exemplo, o fato de a denúncia ter sido apresentada contra o titular e vice. “Teria que ser separado”.
Que atire a primeira pedra…
O deputado aponta como fragilidade no pedido os argumentos sobre a crise na saúde. “Se problema na saúde fossem motivo para tirar governador, nenhum outro antes teria terminado o mandato”, declarou.
Novos arranhões
Os deputados de oposição Wilker Barreto (Podemos) e Dermilson Chagas (PP) alcançaram objetivos com o pedido, ao apresenta-lo às vésperas do final do recesso.
Minoria, os dois tiveram mais de um mês de palco com o assunto o assunto que circulou como informação ruim para o Governo Wilson Lima, associado às matérias nacionais expondo a crise na Saúde.
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