
A viagem e as declarações do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), que geraram reações de condenação na comunidade árabe palestina no Brasil, repercutiram nesta quarta-feira, dia 5, no meio político.
O episódio foi mais um capítulo da condução do governo alheia à política nos atos, sinalizações e falas do governador Wilson Lima.
Também demonstrou a clara e urgente necessidade que o governador Wilson Lima tem em se preocupar com este setor no seu governo.
Em menos de seis meses, o governador poderia ter sido preservado de muitos desgastes, se tivesse um conselho político que entendesse mais do riscado.
Todas as vezes que Wilson foi exposto ficou exibido um vácuo: a falta na equipe de Wilson de perfis com habilidade política e vontade de ajudá-lo a dar certo.
Fazer política, agir e se orientar politicamente não é pecado. Não significa sucumbir às velhas práticas ou a atos de corrupção. A não ser que se permita ou se omita. No caso, pode ser necessidade e prudência.
Conflito e Repercussão
O conflito ocorreu a partir da visita do governador, a convite do partido dele, a uma região que os árabes palestinos defendem com de terras do Estado Palestino “invadidas” por Israel, na Cisjordânia.
Wilson visitou o local com o chefe do conselho regional de Binyamin, Yisrael Ganz, registrou isso nas redes sociais e disse que levantava informações no local sobre as tecnologias no combate ao “terrorismo”.
A Sociedade Árabe Palestina do Amazonas e membro da Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil) reagiram com notas e exigência de respeito.
“Soa como ofensa”, analisa socióloga.
A professora doutora em Sociologia e Antropologia da Ufam (Universidade Federal do Amazonas, Izabel Vale, lamentou que a mais alta autoridade do Amazonas demonstre desconhecimento sobre a importância dos árabes palestinos para o Estado.
“O governador é a expressão máxima do poder no Amazonas, soa como ofensa. Um desconhecimento sobre os que aí moram, residem e colaboraram para o desenvolvimento do Estado. Contribuíram no comércio, nas tradições, cultura. São muito respeitados pelos amazonenses. É curioso esse posicionamento do governador. Lamentável o posicionamento”, declarou.
“Não foi devidamente orientado”, diz Plínio Valério
O senador Plínio Valério afirmou que a situação virou uma “tempestade em copo d”água” e que, para ele, é claro que o governador foi mal orientado.
“Tempestade em copo d”água. Está nítido que o governador não teve intenção nenhuma em ofender. Creio até que ele não foi devidamente orientado. O Amazonas deve muito ao povo palestino que são nossos irmãos e é assim que continuará sendo”, declarou o senador Plínio.
“Faltou experiência e orientação”, diz Eduardo Braga
O senador e ex-governador do Amazonas Eduardo Braga (MDB) afirmou que talvez o governador Wilson não tenha sido informado sobre o conflito do ponto de vista diplomático na região visitada.
“Na realidade, acho que não tenha sido informado do estado conflituoso do ponto de vista diplomático desta região. Faltou experiência e orientação”, disse.
O senador afirmou que Amazonas sempre tem tratado palestinos, judeus, árabes e sírios com o maior respeito
“As colônias, tanto judaica quanto a palestina ou libanesa, sempre foram tratada com muito respeito e carinho pelo Amazonas. Entendo que o governado por inexperiência política internacional e por falta de assessoria deu declarações descabidas sobre o termo terrorismo”, disse.
Foto: Wilson Lima / Divulgação Facebook