Defesa do enteado de Arthur pede quebra de sigilo “para combater fake news”

A defesa do enteado do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB). Alejandro Valeiko, no homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues pediu à justiça que suspenda o sigilo na tramitação do caso como forma de combate à “fake news”.

Para os advogados do caso Diego Gonçalves, Yuri Dantas Barroso, Marco Aurélio Choy e Felix Valois, houve vazamento seletivo de informações durante o inquérito e as informações circularam de forma desfavorável ao enteado do prefeito de Manaus.

“O acesso à informação evita leviandades, sensacionalismo e coisas distorcidas. É fato que muitas informações circularam em veículos de comunicação com o objetivo de distorcer a percepção da população em relação à defesa de Alejandro. É trágico que a morte de uma pessoa tenha sido usada como mecanismo de perseguição política. Essa cobertura foi desta forma pelo fato de Alejandro ser enteado do prefeito de Manaus, Arthur Neto”, declarou o advogado Yuri Dantas.

“Sem provas”

Para a defesa, a conclusão do inquérito revela que não há provas contra Alejandro Valeiko.

O enteado do prefeito foi indicado, segundo a defesa, por omissão de socorro no homicídio de Flávio Rodrigues, na tentativa de homicídio contra Elielton Magno de Menezes Gomes Júnior – o homem que foi ferido na casa de Alejandro e socorrido na portaria do condomínio no dia em que Flavio morreu.

Alejandro também foi indiciado por omissão no crime de ocultação de cadáver.

A enteada do prefeito e irmã de Alejandro, Paola Valeiko, foi indiciada por fraude processual. Para a polícia, ao limpar sangue na cena do crime, Paola prejudicou a investigação.

A Polícia Civil indiciou pelo homicídio de Flávio Rodrigues o funcionário da segurança do prefeito de Manaus, Arthur Neto, Elizeu da Paz. O inquérito indica que ele e o amigo Mayc Parede usaram o carro da Prefeitura de Manaus no crime.

A defesa de Elizeu nega a acusação. A de Mayc confirma e defende que ele sozinho é o responsável pelo crime. Elizeu foi exonerado da prefeitura cerca de duas semanas após o crime. Nos depoimentos, Elizeu afirma que a função dele na prefeitura era “garantir a segurança” do enteado do prefeito.

O cuidador de Alejandro, Vitório Dell Gatto, que nos depoimentos diz que prestava este serviço ao enteado de Arthur sem remuneração, também foi indiciado por omissão em todos os crimes apontados a Alejandro. No depoimento, Vitório diz que, durante toda a confusão na casa, estava no quarto e não ouviu nada.

Magno, que foi ferido, e José Evandro Martins de Souza Júnior, que diz ter ficado trancado no banheiro da casa durante a “invasão” de Elizeu, não foram indiciados. Os dois cumpriram prisão temporária durante o período da investigação.

Flávio foi encontrado morto num terreno no bairro Tarumã, com marca de seis facadas na costas, perna e barriga, horas após se reunir no dia 29 de setembro com outros homens na casa de Alejandro Valeiko. A casa de Alejandro foi o último local que Flávio foi visto vivo antes do homicídio.

Foto: Divulgação