“Ele quer saber como seria o Amazonas, sem ZFM? É só comparar com o Pará”, afirma Wilker sobre Galvão

O deputado estadual Wilker Barreto (Podeos) declarou que considera a fala do ex-direto do Inpe, Ricardo Galvão, sobre a ZFM (Zona Franca de Manaus), equivocada e que ele não sabe nada de economia.

Ricardo Galvão disse que é uma falácia dizer que a ZFM preserva a floresta em pé. “É uma falácia dizer que a ZFM ajudou a manter a floresta em pé. Os grandes desmatadores ilegais na Amazônia são as grandes empresas. Não é o coitadinho que vai desmatar”.

Wiker disse que Galvão desconhece o modelo ZFM.

“Considero equivocada fala do ex-diretor do Inpe Ricardo Galvão que pode até conhecer da parte científica, mas de economia ele não conhece nada. Não reconhecer que o modelo ZFM se transformou ao longo do tempo como melhor modelo ambiental do mundo é só ele olhar o mapa e ver qual a matriz econômica dos nossos irmãos do Estado do Pará. Ele quer saber como seria o Amazonas, sem ZFM? É só comparar com o Pará”, disse.

O deputado estadual disse que as mazelas de concentração de renda do modelo precisam ser encaradas pelo Estado do Amazonas, mas que que não se pode deixar de reconhecer os efeitos ambientais da matriz econômica do Estado do Amazonas.

“Este modelo econômico tem suas mazelas de concentração de renda, isso é fato, precisam ser enfrentadas. Precisamos melhorar o processo produtivo básico, a questão dos fármacos, da biotecnologia. Mas não reconhecer o avanço ambiental que foi para o Amazonas o modelo econômico na direção da preservação é não ter fundamentação econômica alguma para debater”, declarou.

Galvão participou nesta terça-feira, dia 22, de uma roda de conversa sobre “Ciência e Monitoramento da Amazônia” promovida pela Agência Amazônia Real, no espaço do Musa no Largo São Sebastião, Centro de Manaus .

Ricardo Galvão foi exonerado em agosto, após se negar a ceder às pressões do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), para “segurar” os dados do desmatamento da Amazônia monitorados pelo Inpe. A exoneração repercutiu internacionalmente e foi um dos pontos de impulsão para que o desmatamento na Amazônia no atual governo se tornasse pauta mundial.