
Enquanto o presidente estadual do PT-AM, Sinésio Campos, exibiu sua proximidade e troca de gestos carinhosos com o ex-presidente Lula durante o 7º Congresso Nacional do partido, o deputado federal e pré-candidato a prefeito de Manaus José Ricardo (PT) mantém tentativa de se distanciar da imagem do maior líder petista em suas redes sociais.
O PT realizou neste final de semana o 7º Congresso Nacional “Lula Livre” em que a deputada federal Gleisi Hoffman (PT-PR), apoiada por Lula, foi reeleita para mais quatro anos na direção nacional da sigla.
O partido traçou estratégias para 2020, nas eleições municipais, e 2022, eleição presidencial. Haverá foco das campanhas petistas e do tempo de TV em 2020 para uma defesa do partido e do legado da sigla e de Lula, tendo em vista o fortalecimento do PT para 2022.
Jogo que José Ricardo não dá mostras de interesse, neste momento. Ao contrários dos demais petistas e simpatizantes, a marca Lula Livre e as fotos com o ex-presidente não foram alvo das postagens do pré-candidato em suas redes sociais.
Em briga interna com o deputado federal, Sinésio foi ao ponto mais extremo nas demonstrações pró-Lula e Gleisi. Fez várias postagens ao longo do final de semana com Lula, com direito a abraços e olhares carinhosos. Tem foto de Sinésio segurando um cartaz escrito “Lula inocente”.
“A foto por si só fala, neh? Ele me perguntou: ‘Como está o Amazonas’. Me abraçou, me achou de meu líder. O Congresso foi um momento muito especial para o Lula”, comentou Sinésio Campos.
Questionado se conversou com José Ricardo no congresso e se houve algum encaminhamento para as eleições 2020, Sinésio respondeu: “Estava la. Nada foi tratado. Só formalidades. Não tratamos do processo político do município”, disse.
“Agora, que vai começar”
O presidente estadual do PT, que também se lançou como pré-candidato à Prefeitura de Manaus e quer impor a José Ricardo prévias para 2020, afirmou que agora é que o jogo eleitoral começa.
“Agora é que as coisas vão começar a fluir.Agora, sabemos quem dirige e quem vai articular e decidir”, disse.
Gleisi é do mesmo grupo interno que Sinésio Campos e o presidente municipal do PT, em Manaus, Waldemir Santana.
Durante o Congresso, duas questões deixaram José Ricardo melhor alinhado ao grupo de Gleisi. A tendência dele, que tinha como candidato o dirigente Paulo Teixeira, tirou a candidatura para apoiar a presidente reeleita.
Aliados de José Ricardo afirmam que ele participou desta articulação que, na hora da votação, não foi 100% acatada pelo grupo interno.
A secretária Nacional de Política para as Mulheres, Anne Karolyne foi escolhida para compor o Diretório Nacional. Anne é amazonense e aliada de José Ricardo, na composição para 2020.,
Além disso, Gleisi já deu sinais que considera a eleição em algumas capitais estratégica para o partido e foi ela própria que lançou o nome de José Ricardo à prefeitura, quando veio em Manaus, em maio deste ano.
“Ninguém pode ignorar a musculatura de José Ricardo”
O ex-senador João Pedro destacou como resultado do 7º Congresso Nacional do PT a resolução em defesa da Amazônia e a escolha da amazonense Anne Karolyne para o Diretório Nacional.
“Foi um congresso vitorioso, teve como marca muito grande a alegria por conta de ter a presença do presidente Lula”, disse.
Para João Pedro, que também se posiciona como aliado de José Ricardo à Prefeitura de Manaus em 2020, Lula é importante na campanha.
“Acho que o Lula é importante. Lula ajuda. Não trabalho com essa constatação que ele esconde. É importante e ajuda”, disse.
João Pedro disse que nem o PT internamente e nem os partidos de esquerda podem perder de vista a musculatura que tem José Ricardo para 2020.
“Acho que não cabe no bloco da esquerda uma linha sectária. Não podemos deixar de avaliar a musculatura do José Ricardo. O PT está aberto mas ninguém pode desconhecer o potencial que o Ze tem e vem apresentando”, disse.
A reportagem tentou falar com José Ricardo, mais uma vez, por meio de ligações e mensagens para o celular 9xxxx-xx13, mas as chamadas não foram atendidas e nem as mensagens respondidas.
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Foto: Lula e Sinésio. Divulgação/ Sinésio