“Estou de guarda alta. Nunca enviei recado e me escondi, como é o caso do senador”

Foto: Joel Arthus
Foto: Joel Arthus

O presidente da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), Josué Neto (PSD), declarou nesta segunda-feira, dia 23, que está rompido com o presidente de seu partido, o senador e coordenador da bancada do Amazonas no Congresso Nacional, o senador Omar Aziz (PSD).

“Não tenho mais nenhum vínculo político com o senador Omar Aziz”, afirmou Josué Neto.

O presidente da ALE-AM foi entrevistado no programa Exclusiva da Rádio BandNews Difusora pela jornalista e âncora do Alta Frequência Thaís Gama, pela colunista de política da rádio e jornalista Rosiene Carvalho e pelo jornalista e editor de Cidades do Jornal A Crítica, Luciano Falbo, convidado para participar desta entrevista.

Sobre a relação com Omar Aziz, Josué disse que o senador, por vontade, o prendeu ao PSD e não o liberou para sair da sigla e se filiar ao PTB, partido em que o presidente da ALE-AM pretendia disputar a Prefeitura de Manaus.

Josué disse que havia condições legais para essa liberação, partido de Omar Aziz, e que isso não foi feito. “(…) vontade do senador Omar de fazer comigo o que ele fez com David Almeida. É o modus operandi contínuo dele. Da política velha”, disse.

Ainda sobre o líder do grupo político que integra há anos, Josué Neto declarou que está de guarda alta para o senador e que de Omar só espera atitudes negativas.

“Estou guarda alta. Só espero posicionamentos prejudiciais à minha pessoa vindo da parte dele. Da minha parte, que nunca fui covarde, nunca fui de bater e esconder a mão. Pelo contrário. Quando eu vou e me coloco em posição de adversário, me coloco sempre de peito aberto, mostrando a cara e dizendo o que eu penso. Nunca fui de ficar enviando recados e me escondendo como é o caso do senador”, declarou.

Bolsonarista

Josué Neto disse que está atuando na coleta de assinaturas para a aprovação do Aliança, o partido que está sendo criado pelo presidente Jair Bolsonaro e afirmou que ainda sonha em disputar a Prefeitura de Manaus em 2020.

Na entrevista Josué dá explicações sobre o seu alinhamento à direita e seu nível de bolsonarismo. Também relembra a promessa que fez de apoiar o deputado federal José Ricardo à Prefeitura de Manaus. “Ele tem que se entender com Sinésio e Valdemir Santana, primeiro”, disse.

Relação com o Governo Wilson

Durante cerca de uma hora de entrevista, Josué Neto falou sobre a relação com o Governo do Estado, disse considerar que há um bom tratamento e convivência com o governador Wilson Lima (PSC) e evitou análise sobre o vice-governador Carlos Almeida Filho (PRTB).

O presidente da ALE-AM destacou os pontos que considerou decisivos de atuação da ALE-AM para evitar que o Governo do Estado estivesse em uma condição pior neste final de ano, como autorização de recursos do FTI para a Saúde e apresentação de proposta de uso de recursos da Afeam para pagamento da segunda parcela do 13º salário dos servidores públicos

Josué disse que, pelo viés quantitativo, votou com o governo na maioria dos projetos e, como presidente, deu celeridade e pautou o que era importante para o Executivo. Mas destacou que, quando não concordou, votou contrário como no projeto que congelou o salário dos servidores públicos estaduais por dois anos.

“Votei contra porque eu achava que existiam outras formas, e continuo achando, de que não houvesse naquele momento que mexer com os salários dos servidores”.

Foto: Joel Arthurs

Alta Frequência 23.12.2019 – Manaus

O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), Josué Neto (PSD), é o entrevistado do programa Exclusiva da Rádio BandNews Difusora desta segunda-feira, dia 23.Rosiene Carvalho e âncora Thais Gama conduzem a entrevista com a participação do jornalista convidado Luciano Falbo do Jornal A Crítica.Acompanhe as principais notícias de Manaus e da Região Norte. Participe! Mande sua mensagem no (92) 99351-9370 #Bandnews #Manaus

Publicado por BandNews Difusora FM 93.7 em Segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Confira os principais trechos da entrevista na transcrição abaixo ou no link da live do Facebook.

“O momento é esse: de pensar um pouco, de refletir, neste final de ano, de que forma essa relação entre ALE-AM e governo se dará

Rosiene Carvalho: Como está sua relação com o governador Wilson Lima e o vice-governador Carlos Almeida?

Josué Neto: Essa relação entre o Governo do Estado e a ALE-AM é uma relação institucional, respeitosa. Da nossa parte, do poder legislativo, sempre será uma relação de respeito, de boa convivência por conta da independência e harmonia entre os poderes. A relação pessoal com Wilson Lima, eu o conheço há quatro anos, sempre nos tratamos e nos demos muito bem. E o momento é esse: de pensar um pouco, de refletir neste final de ano de que forma essa relação entre ALE-AM e governo se dará e, principalmente, prezando e primando pela constitucionalidade e pela legalidade. É isso que tento desde os meus primeiros anos na política, seja como vereador ou deputado, sempre respeitar as pessoas. Entendo que os debates são sempre no campo das ideias. Nunca de forma pessoal.

“A atuação como deputado estadual, se formos colocar em números, eu votei na maior parte dos projetos do governo, inclusive pautando esses projetos da forma e velocidade que o Executivo esperava.”

“No momento em que se colocou para a ALE-AM uma mensagem que o os servidores não tivessem aumento salarial, eu votei contra. Não por ser governo, independente ou oposição. Votei contra porque eu achava que existiam outras formas, e continuo achando, de que não houvesse naquele momento que mexer com os salários dos servidores”.

Luciano Falbo: O senhor se define governista? Neste final de ano, houve algum distanciamento, se havia alguma aproximação? A exoneração da sua irmã do governo sinaliza algo neste sentido?

Josué Neto: Veja bem, como presidente da ALE-AM, temos que nos colocar como uma pessoa que está mediando todo um trabalho com colegas deputados da base do governo, de oposição e independentes. Dentro dessa democracia, dentro dessa liberdade de todos tem um regimento que deve ser colocado sempre em primeiro lugar. A atuação como deputado estadual, se formos colocar em números, eu votei na maior parte dos projetos do governo, inclusive pautando esses projetos da forma e velocidade que o Executivo esperava. É claro que existe alguns momentos em que a gente diverge, como, por exemplo, no momento em que se colocou para a ALE-AM uma mensagem que o os servidores não tivessem aumento salarial, eu votei contra. Não por ser governo, independente ou oposição. Votei contra porque eu achava que existiam outras formas, e continuo achando, de que não houvesse naquele momento que mexer com os salários dos servidores.

Da minha parte, compreendo muito bem o que está acontecendo e vamos continuar num caminho que eu sempre entendi ser o caminho correto.”

Luciano Falbo: E sua irmã?

Josué Neto: Com relação à minha irmã, ela não foi alçada a um cargo comissionado no governo a meu pedido. O fato de ela ter sido exonerada, deve ter tido algum problema administrativo. E cabe ao governador ou ao vice-governador definir isso. Porque eles são os detentores (do poder) de nomear e exonerar as pessoas. E, se isso foi usado de maneira pessoal, é algo que a própria população não aprova. Da minha parte, compreendo muito bem o que está acontecendo e vamos continuar num caminho que eu sempre entendi ser o caminho correto.

“Neste momento, que a gente fala tanto em democracia, que a gente está tão preocupado em manter este regime democrático, cabe às pessoas e aos políticos saberem se respeitar a partir das ideias adversas”.

Rosiene Carvalho: O senhor disse que votou não porque era oposição, governo ou independência, mas a partir da sua compreensão a respeito do congelamento do salário dos servidores. O senhor acha que políticos mais novos e os mais tradicionais compreendem essa relação de independência que deve existir entre os poderes Executivo e Legislativo?

Josué Neto: Essa é uma relação da compreensão individual de cada um. No último dia de trabalho, falei sobre isso. Temos na ALE-AM 24 deputados estaduais e nenhum tem a cor da pele igual a do outro. Ainda mais os pensamentos. Porque os pensamentos organizam uma gama de orientações culturais, sociais, políticas, partidárias e a própria individualidade pessoal de cada deputado. Cabe, neste momento, que a gente fala tanto em democracia, que a gente está tão preocupado em manter este regime democrático, cabe às pessoas e aos políticos saberem se respeitar a partir das ideias adversas. Quer dizer que não podemos pensar diferente, porque temos algum receito que haverá alguma perseguição? Podem até falar que sou da velha política. Mas a velha política, ou melhor, a política clássica é a política do respeito. O principal alicerce da democracia é o respeito. É você saber conviver com os diferentes. Acho que isso que está faltando. Não estou falando da relação ALE-AM e Governo Estadual. Estou falando desta relação com um todo. Hoje, esses assuntos são discutidos com extremismos nas redes sociais.

Luciano Falbo: Presidente, o senhor tem mostrado alinhamento com o presidente Bolsonaro, mas já deu declarações que não tinha otimismo com a postura do ministro da Economia, Paulo Guedes, com relação à ZFM. Qual seu nível de bolsonarismo? O senhor concorda com a pauta de costumes e a pauta negacionista também?

Josué Neto: Existiram dois momentos do Governo Federal com relação à ZFM. O primeiro momento é quando o ministro Paulo Guedes fez inserções que prejudicariam à ZFM. Isso foi, mais ou menos, até julho. De julho em diante, quando o presidente Bolsonaro esteve aqui na reunião do CAS, houve uma outra forma do Governo Federal trabalhar e entender a ZFM. O Governo Federal, de julho, agosto para cá, só tem dado sinais positivos em relação à ZFM. Não só à ZFM, mas também à exploração do gás e quando baixou agora um decreto liberando o plantio da cana-de-açúcar no Amazonas. A vinda do presidente e o decreto demonstram o carinho enorme que o presidente tem com o Amazonas. Isso foi muito bom porque temos aqui no Amazonas e Roraima uma empresa, Millenium, que vai comprar toda produção de milho. Esse milho será produzido na vegetação secundária, na várzea. Não vai precisar prejudicar o meio ambiente. E a própria exploração do gás pela Eneva. Essas duas empresas juntas chegarão, possivelmente, a cerca de 40 mil empregos daqui a dois ou três anos. O que sobra do milho se produz ração para galinha, suínos, bovinos e peixes. Toda uma cadeia produtiva que produz 12 mil empregos por município. É quase uma nova meia ZFM.

“A produção do milho não cria necessidade um centímetro de floresta a ser derrubada.”

Rosiene Carvalho: Presidente, o senhor destaca uma pauta positiva que é geração de emprego e que repercute bem tanto para o Governo Federal quanto para quem estiver próximo ou incentivando estes projetos. Mas há uma pauta negativa, que o senhor tocou na sua resposta. Pesquisadores respeitados do Inpa são contra este decreto do presidente e apontam riscos para o meio ambiente e de piora o efeito estufa. Dá para se esquivar do efeito político negativo, que ficou claro em 2019, quando se mexe com a questão ambiental?

Josué Neto: A cultura do milho é completamente diferente da cultura da cana-de-açúcar. Realmente, a cana-de-açúcar é bem mais prejudicial ao meio ambiente. Só que tem um detalhe: estamos trabalhando para que toda essa produção do milho seja produzida dentro desta vegetação secundária. É na área dos municípios que já foram desmatadas, desarborizadas. A produção do milho não cria necessidade um centímetro de floresta a ser derrubada. A nossa intenção é, marcando de perto, tratando isso com o governo do Estado e também a partir destas licenças ambientais garantir que não teremos áreas devastadas nestas regiões: Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara.

“Não tenho mais nenhum vínculo político com o senador Omar Aziz”

Luciano Falbo: O senhor já anunciou que fica até 2022 no PSD e vinha tratando de uma filiação no PTB. Como fica isso? Aliança, o partido que está sendo criado pelo presidente Bolsonaro, é de interesse seu?

Josué Neto: Há uma questão legal aí. Se eu não receber a justa causa do partido, do presidente, eu corro risco de perder o mandato. O presidente do PSD recentemente disse que eu perderia o mandato de qualquer forma. Não é verdade. Já existem definições do próprio TSE, de outubro, em que o presidente do partido concedeu a justa causa para o filiado com mandato sair do partido fora do período da janela partidária. Então, é uma vontade do senador de me prender no PSD. É importante dizer que não tenho mais nenhum vínculo político com o senador Omar Aziz. Isso já terminou. Até porque eu tentei bastante conversar com ele. Não comungo com vários posicionamentos do senador e pretendo sair do partido a qualquer momento que surgir a alternativa de um novo partido. Já que existe essa vontade do senador Omar de fazer comigo o que ele fez com David Almeida. É o modus operandi contínuo dele. Da política velha. Estou no partido por uma questão de orientação legal. É bom explicar: sou fundador do PSD. Quando o PSD foi criado em 2011, eu fui responsável pela coleta de 30 mil assinaturas. Não quis sair rompido com o partido. Mas, já que o partido não me autoriza a saída, não estou rompendo com o partido, mas estou anunciando aqui que não existe nenhum vínculo político com o senador Omar.

Luciano Falbo: O senhor entraria nessa briga pelo novo partido, Aliança pelo Brasil?

Josué Neto: Acho que o novo partido não é briga. É união. É formado de novas ideias.

Luciano Falbo: E o comando?

Josué Neto: Comando, não. Acho que há pessoas que estão pensando em ingressar no Aliança que já estão ao lado do presidente Bolsonaro há algum tempo. Como é o caso do aniversariante do dia, o coronel Menezes, superintendente da Suframa. E o próprio Delegado Péricles, líder do Bolsonaro na ALE-AM.

“Para mim, qualquer atitude do senador contra mim já estou de guarda alta. Só espero posicionamentos prejudiciais à minha pessoa vindo da parte dele”.

“Da minha parte, que nunca fui covarde, nunca fui de bater e esconder a mão. Pelo contrário, quando eu vou e me coloco em posição de adversário, me coloco sempre de peito aberto, mostrando a cara e dizendo o que eu penso. Nunca fui de ficar enviando recados e me escondendo como é o caso do senador”.

Rosiene Carvalho: O senhor colocou há pouco para a gente uma declaração muito impactante que com certeza haverá repercussão. O senhor disse que não tem mais vínculo com o senador Omar, neste momento em que vivenciou uma relação de embates com pessoas que eram aliadas suas. O senhor acha que isso pode ter relação ou influência do senador, considerando que ele é uma das lideranças mais fortes e influentes do Amazonas?

Josué Neto: Veja bem, o que eu entendo a partir de agora é que estou muito tranquilo em tomar meus posicionamentos políticos. Estou preocupado em exercer um bom mandato e como presidente da ALE-AM, que eu tive 24 votos dos 24 deputados. Para mim, qualquer atitude do senador contra mim já estou de guarda alta. Só espero posicionamentos prejudiciais à minha pessoa vindo da parte dele. Isso é algo que eu já estou bem preparado para isso. Isso cabe a quem está na política. A gente não imagina que a política seja sempre um navio navegando em águas tranquilas. Não é isso. A história diz isso. Da minha parte, que nunca fui covarde, nunca fui de bater e esconder a mão. Pelo contrário, quando eu vou e me coloco em posição de adversário, me coloco sempre de peito aberto, mostrando a cara e dizendo o que eu penso. Nunca fui de ficar enviando recados e me escondendo como é o caso do senador.

“Se eu vou para o Aliança ou não vai depender ainda de muita conversa e da própria criação do partido. Gostaria, sim. É algo que me dá um novo ânimo, neste momento, que estou sendo perseguido”.

Rosiene Carvalho: O senhor já apalavrou a filiação ao partido do presidente Bolsonaro?

Josué Neto: O que está acontecendo, neste momento, pelo que sei é a coleta de assinaturas. Eu apoio a coleta de assinaturas deste partido. Se eu vou para o Aliança ou não vai depender ainda de muita conversa e da própria criação do partido. Gostaria, sim. É algo que me dá um novo ânimo, neste momento, que estou sendo perseguido.

“A gente espera que esses recursos que cheguem aos cofres do governo sejam usados da melhor maneira possível, como na área da saúde.”

Thaís Gama: Quais as principais pautas para 2020 na ALE-AM?

Josué Neto: Acho que a principal é a reforma da previdência. O governo vai enviar para ALE-AM esta pauta para se adequar à reforma aprovada na Câmara Federal. Em relação à economia, o ano de 2019 foi de superávit. Vamos chegar a quase R$ 3 bilhões no dia 31 de dezembro. Acredito que a nossa economia vai continuar a crescer em 2020. A gente espera que esses recursos que cheguem aos cofres do governo sejam usados da melhor maneira possível, como na área da saúde. A gente vai estar sempre à disposição da população na ALE-AM, fazendo o nosso papel constitucional, que é legislar, fiscalizar e, claro, dando voz á população, às diferentes classes. Acredito que haja alguma tomada de decisão positiva em relação à saúde.

“A ALE-AM contribuiu e muito ao aprovar o uso de cerca de R$ 350 milhões, em fevereiro, março da utilização do FTI para a área da Saúde. Se a ALE não tivesse atendido, naquele momento, o que o governo estava propondo com certeza a gente teria muito mais problema hoje.”

Thaís Gama: Na ALE-AM, o senhor acha que a saúde também será uma pauta principal no início do ano?

Josué Neto: Foi assim em 2019. No início de 2019, o Amazonas tinha dois grandes problemas: manifestação de greve nas áreas da saúde e educação.  A ALE-AM contribuiu e muito ao aprovar o uso de cerca de R$ 350 milhões, em fevereiro, março da utilização do FTI para a área da Saúde. Se a ALE não tivesse atendido, naquele momento, o que o governo estava propondo com certeza a gente teria muito mais problema hoje.

Rosiene Carvalho: Qual a sua responsabilidade na condução do poder legislativo diante do contexto atual de descrédito dos políticos, de deputados, tendo em vista o resultado das eleições 2018 e de recente pesquisa do Datafolha apontando que 45% dos brasileiros e brasileiras reprovam o trabalho de deputados e senadores?

Josué Neto: Na ALE-AM, temos alguns pontos a nosso favor, por exemplo, é a assembleia fica na capital Manaus. Falamos há pouco dos problemas na saúde e educação. E a ALE-AM sempre colocou suas portas abertas para essas pessoas. Essa reprovação no Senado e na Câmara se dá principalmente pela distância.

“A solução para o pagamento da 2ª parcela do 13º salário saiu da ALE-AM e muita gente ficou sabendo disso.”

Rosiene Carvalho: O senhor acha que essa avaliação não atinge da ALE-AM?

Josué Neto: Não. Não é que não atinge. Digo que nossos índices são melhores. Se você conversar com médicos, terceirizados da saúde, enfermeiros e professores todas essas classes foram recebidas na ALE-AM e tiveram suas necessidades mediadas pelo parlamento. Claro que o povo ainda precisa de muita coisa. As necessidades são bem maiores que as soluções. Então, claro, que vai ser direcionado para a classe política. Mas eu acredito que o ano de 2019 foi marcado pela transparência e por receber muito bem todas as classes de trabalhadores. A solução para o pagamento da 2ª parcela do 13º salário saiu da ALE-AM e muita gente ficou sabendo disso.

Luciano Falbo: O senhor usou a palavra transparência e está no seu terceiro mandato como presidente.  A ALE-AM é o único poder que não dá transparência ao salário dos seus servidores. Há um link no site, mas porque isso não avança?

Josué Neto: Estamos reformulando o portal e nos primeiros dias de janeiro este portal estará em funcionamento. Vamos colocar as informações de todos os cargos comissionados dos gabinetes dos deputados, como nome e salários.

Rosiene Carvalho: Só comissionados?

Josué Neto: Os comissionados são os mais visados. Mas, claro, que os servidores efetivos também estarão nesta lista.

Rosiene Carvalho: Qual a previsão de data?

Josué Neto: Início de janeiro.

” Isso é algo que no momento não seria prudente falar”, sobre disputar reeleição à presidência da ALE-AM

Rosiene Carvalho: Como o senhor tenta realinhar esta base que elegeu o senhor com 24 votos. O senhor pensa em concorrer à reeleição na ALE-AM?

Josué Neto: Isso é algo que no momento não seria prudente falar. Falta um ano. O que queremos fazer é o que estamos fazendo: fazer de tudo para que os deputados tenham um bom mandato. Estou preocupado em conceder todas as ferramentas para que o deputado tenha um bom mandato. Este ano 2019, comissões trabalharam demais, foram ao interior. Teve recorde de aprovação de leis.  De forma coletiva, a ALE-AM produziu bem e principalmente por conta desses 12 novos deputados que ingressaram no início de fevereiro de 2019.

Rosiene Carvalho: Como o senhor avalia hoje a sua antecipação de desistência de candidatura, a um ano da eleição?

Josué Neto: A decisão eu acredito que continua sendo correta, haja vista que você só pode ser candidato quando tem uma agremiação partidária. A agremiação que estou filiado hoje não me concede nenhum tipo de competitividade. Se eu pudesse ter saído do atual partido, eu manteria minha candidatura. Se me perguntar se eu continuo com o sonho, continuo.

“O sonho continua para 2020, mas é algo que não posso garantir”.

Rosiene Carvalho: Para 2020, ainda?

Josué Neto: O sonho continua para 2020, mas é algo que não posso garantir. Prefiro continuar estudando. Estou estudando duas questões principais de Manauis. A questão do transporte coletivo e saneamento básico.

Rosiene Carvalho: Candidato ou não, sua tendência é não ficar fora do processo político de 2020?

Josué Neto: Vou participar. Estou estudando muito sobre isso e a gente vai ter, com a ajuda do povo, um papel preponderante.

“Vamos primeiro ver se o José Ricardo é candidato ou não”

Rosiene Carvalho: O pessoal do PT não esquece a sua promessa, ameaça, brincadeira, não sei o que foi, de que se não fosse candidato apoiaria o José Ricardo.

Josué Neto: Vamos primeiro ver se o José Ricardo é candidato ou não. Ele tem que resolver algumas coisinhas com Sinésio e Valdemir Santana. Não me nego a conversar com ninguém, apesar de hoje está mais alinhado à direita.