Estudo estima que 10% da população do AM foi infectada e que pandemia não está controlada

Foto: Edmar Barros

Um estudo divulgado pelo instituto Imperial College de Londres estima que pelo menos 10% da população do Estado do Amazonas tenha sido infectada pelo coronavírus. O estudo ressalta ainda que no Amazonas, assim como em outros estados brasileiros, a pandemia “não está sob controle e pode crescer”.

A estimativa do instituto, um dos mais conceituados em modelagem matemática do mundo e que vem publicando projeções desde que a epidemia chegou à Europa, significa dizer que pelo menos 400 mil pessoas já foram infectadas com a doença.

Manaus, que concentra mais de 80% dos casos, tem cerca de 2 milhões de habitantes.

Manaus é o epicentro da doença no Amazonas, mas quase metade da população do estado vive nos municípios do interior sem estrutura de saúde, distantes da capital em que há concentração de UTIs e com dificuldade de locomoção peculiares ao estado da dimensão do Amazonas e que as estradas são os rios.

De acordo com o texto de apresentação do estudo no site do instituto, as estimativas do Imperial College se baseiam em “dados de óbitos” para estimar tendência. O instituto justifica que analisou dados de 16 estados brasileiros e que registraram 50 óbitos ou mais por covid-19.

O texto de apresentação não informa qual período foi usado para fazer a estimativa divulgada nesta sexta-feira, dia 8.

São Paulo um estado muito mais populoso que o Amazonas, a porcentagem de contaminação da população, segundo o instituto, é de 3,3%.

” A distribuição das mortes entre os estados é altamente heterogênea, com cinco estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Amazonas – respondendo por 81% das mortes relatadas até o momento. Nesses estados, estimamos que a porcentagem de pessoas infectadas com SARS-CoV-2 varie de 3,3% (IC95%: 2,8% -3,7%) em São Paulo a 10,6% (IC95%: 8,8% – 12,1%) no Amazonas”, informa trecho do texto. 

De acordo com informação publicada pelo jornal Estado de São Paulo, foi com base nos estudos da Imperial College que o primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, se convenceu a respeito do isolamento social mais radical como única medida para evitar um número catastrófico de mortes no País.

O cientista e biólogo Átila Iamarino, que é reconhecido como uma das vozes no Brasil mais qualificadas na análise de dados sobre a pandemia, publicou no Twitter sua opinião sobre o estudo e diz, ao citar o Amazonas, “vai ser bem difícil reverter.

” Imperial College soltou estudo focado no Brasil. Pros avessos às projeções, fio com os números mais preocupantes que independem: Estimam que 10% dos amazonenses já tão infectados. Vai ser bem difícil reverter. Corrigiram a fatalidade por infecção por IDH, fica entre 0,7 e 1,2%. “, afirma o biólogo.

Acesse o estudo neste link.