Falta de UTI exige maior cuidado com coronavírus no interior do Amazonas

Foto: Sejusc
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A falta de estrutura adequada de atendimentos para casos graves que precisem de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) exige que o Estado do Amazonas redobre os cuidados relativos a esclarecimento e contenção da do coronavírus no interior.

A opinião é do deputado federal Marcelo Ramos (PL), do deputado estadual Dermilson Chagas (PP) e do vereador de Manaus Marcelo Serafim (PSB).

Na live feita nesta segunda-feira, dia 16, o governador do Amazonas, Wilson Lima, o secretário de Estado de Saúde, Rodrigo Tobias, e a diretora-presidente da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde), Rosemary Costa Pinto, anunciaram uma série de medidas de contenção e preparativos para o enfrentamento da doença. A maior parte relacionadas à capital, Manaus.

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Em entrevista ao programa Exclusiva da Rádio BandNews Difusora (93.7), desta segunda-feira, dia 16, o deputado federal Marcelo Ramos (PL) declarou que o Amazonas pode enfrentar uma situação muito grave no interior em função de três fatores: potencial de propagação do coronavírus, os números da população idosa nestes municípios e da ausência quase total de leitos de UTI.

“Temos muitas pessoas idosas no interior, com uma rede de atenção muito frágil e ausência total de UTI no interior do Estado do Amazonas. A gente pode ter uma situação muito grave. Por isso, o desafio  principal é o de contenção. Se não fizermos a contenção, teremos um problema muito sério por conta da ausência de leitos de UTI no interior do Estado”, afirmou Ramos.

O vereador e farmacêutico Marcelo Serafim (PSB) concorda com o parlamentar do PL. Marcelo diz que o quadro é grave e requer urgente antecipação de medidas preventivas para que o Amazonas não tenha um condição de “total descontrole” em relação ao interior do Estado.

O vereador alerta para as dificuldade de remoção de pacientes com quadro agudo para Manaus.

“”A gente tem cerca 60% da população em Manaus e 40% no interior, mas cerca de 95% dos leitos de UTI estão em Manaus. Então, a população do interior é totalmente desassistida de leitos de UTI. Se essa infecção chegar lá com força, a gente vai ter um quadro de descontrole total e não tem como remover esses pacientes para Manaus por conta do quadro respiratório agudo”, disse.

Marcelo Serafim disse que os municípios do interior precisam começar a discutir medidas e cancelar eventos que aglomerem a população. Ele também destaca a necessidade de orientação e controle do fluxo de pessoas para os municípios do interior.

“Os municípios precisam começar a tomar medidas”, declarou. Marcelo Serafim tem pós-graduação em infecção hospitalar e mestrado na mesma área.

O deputado estadual Dermilson Chagas questiona a não apresentação, por parte do Governo do Amazonas, do planejamento sobre medidas emergenciais para minimizar a falta de estrutura de atendimento de saúde no interior.

“O que queremos saber é como está a partida e chegada de barcos:? Como está sendo feito o monitoramento lá em Tabatinga, entrada e saída de estrangeiros? Qual está sendo a estrutura para atendimento e reposição de estoque de medicamentos? Está ocorrendo orientação, aconselhamento (para o interior)?.”, disse.

O deputado considera importante que uma equipe da Saúde passe a funcionar nos portos da cidade. “É importante insistir na orientação que se deve dar. Precisamos saber o que o Estado está fazendo em proteção ao povo do interior”.

O senador Eduardo Braga, conforme material divulgado pela assessoria de comunicação dele, declarou que os recursos aprovados pelo Congresso para repasses aos Estados devem ser usados para reforçar medidas em benefício da população da capital e do interior.

O Amazonas recebeu, segundo informação fornecida pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, na live desta segunda-feira, dia 16, cerca de R$ 4 milhões.

Registros e confusão

Nesta terça-feira, dia 17, a Ufam (Universidade Federal do Amazonas) confirmou que o vice-reitor, o médico Jacob Cohen, foi diagnosticado com coronavírus. Em entrevista ao Portal do Marcos Santos, Cohen disse que foi contaminado há oito dias “no interior” onde fez cirurgias em com um grupo de médicos estrangeiros em Parintins e Urucará. A FVS (Fundação de Vigilância em Saúde), no entanto, não divulgou o caso dele e até o momento informou que apenas uma mulher havia sido diagnosticada com a doença em Manaus.

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