Família de Flávio Rodrigues quer quebra do sigilo do telefone de primeira-dama de Manaus

A advogada da família do engenheiro Flávio Rodrigues, Geysa Mitz Dantas Guimarães, apresentou ao MP-AM (Ministério Público do Estado do Amazonas) pelo menos 13 pedidos sobre a investigação do homicídio do engenheiro, entre os quais a quebra do sigilo telefônico da primeira-dama do Município de Manaus, Elizabeth Valeiko, e imagens das câmeras de segurança onde o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB) mora.

Há ainda pedido de quebra de sigilo do funcionário da prefeitura que viajou com Alejandro no dia seguinte ao crime, bem como do segurança particular de Arthur, Elizeu da Paz, e do enteado do prefeito, Alejandro Valeiko.

Sobre a quebra de sigilo de Elizeu, o pedido da família de Flávio diz: “com o escopo de verificar as ligações recebidas antes e depois do evento criminoso”.

Flávio foi encontrado morto com seis perfurações de faca após ser visto vivo pela última vez na casa do enteador de Arthur. A família cogita até exumação do corpo, nos pedidos sugeridos ao MP-AM.

Todos os presentes na casa no momento em que a polícia suspeita ter ocorrido o crime estão presos. Os advogados alegam que os investigados são inocentes.

Menos o de Mayc, amigo de Eliseu, que assumiu só a autoria do crime. A versão não é considerada crível pela Polícia.

As advogadas da família de Flávio não podem atuar como assistentes no caso porque ainda não há processo. O documento apresentado ao MP-AM é uma espécie de sugestão sobre questões que elas consideram que precisam ser esclarecidos.

Outro lado

O advogado Diego Gonçalves afirmou que as sugestões da advogada da família são “teratológicas”. “Não se pode, sem indícios mínimos, quebrar sigilo e a intimidade das pessoas. Além da impropriedade técnica notável da petição, o prefeito e a primeira dama não figuram como investigados, razão pela qual não podem ser alvos de quaisquer medidas cautelares” .

Diego Gonçalves disse que há intenção política.

“Isso apenas reforça a intenção de se levar a discussão para o campo político, cabendo apenas ao MP a averiguação da necessidade de eventualmente se investigar autoridades com prerrogativa de foro”. Isso afeta a isenção com que deve ser conduzida uma investigação criminal.

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