Fepal condena governador do AM e diz que ele se associou a crimes contra Palestina

A Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil) acusa o governador do Amazonas Wilson Lima (PSC) de se “associar aos crimes na Palestina” e, em função disso, o condena “veementemente” em uma nota de quatro páginas.

A nota foi enviada ao blog pelo presidente da Sociedade Árabe Palestina do Amazonas e membro da Fepal, Mamoun Imwas.

A nota inicia afirmando que o governador Wilson Lima fez “inoportunas e ofensivas declarações” contra o povo palestino na visita a Israel.

A Fepal, na nota, explica por meio de documentos das Nações Unidas o que é “direito inerente à legítima defesa em caso de ataque armado”. Esta argumentação é feita ao citar declarações do governador sobre combate de lideranças políticas de Israel a “terroristas”.

A nota indica que o Estado Palestino é reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) desde 2012, pelo Brasil desde 2010 e “desde então” por outros 140 países.

A Fepal cita uma série de resoluções da ONU emitidas desde 1968 em favor dos palestinos e diz que o comportamento do governador do Amazonas “afrontou” as resoluções internacionais sobre a questão.

“A visita às áreas palestinas ilegalmente ocupadas por Israel viola a 4a Convenção de Genebra, de 1949, segundo a qual uma potência ocupante está expressamente proibida de transferir sua população civil para um território ocupado. Lima agiu, ainda, como estrangeiro que auxilia estado agressor”, afirma trecho da nota da Fepal.

A Fepal considera que o governador, com a visita e as declarações, “desrespeitou” a Convenção Internacional Sobre Direitos Civis e Políticos, a Convenção Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Crianças.

A nota também critica a justificativa do governador para a viagem – que seria se munir de informações sobre “tecnologia” e “segurança”, – fazendo graves críticas a armas, segundo a Fepal, usadas na região.

“Por todas estas afrontas ao Direito Internacional concernente a Palestina e a seu povo, condenamos a visita ilegal e criminosa do governador do Amazonas a Palestina ocupada”.

A Fepal também condena as declarações do governador Wilson, afirmando que elas não são “de um homem público brasileiro responsável e equilibrado”.

A Fepal atribuiu a ação de Wilson a desconhecimento da Questão Palestina e pede que o governador do Amazonas “retifique suas declarações” e “se recuse a manter relações de qualquer ordem” com Israel.

A nota é assinada pelo presidente da Fepal, Ualid Rabah.


Leia mais: