“Fica nessa história que vão fazer uma ditadura. Tem nada disso”, diz Amazonino

O ex-governador e pré-candidato ao Governo do Amazonas, Amazonino Mendes (Cidadania), classificou as repercussões sobre atos e declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as instituições como “produto do momento eleitoral”. Amazonino afirmou que parte da culpa da dimensão que a questão tomou é da mídia e defendeu que o País priorize a preocupação com a economia.

As declarações foram feitas em entrevista à rádio BandNews Difusora (93.7), na tarde desta segunda-feira, dia 9.

“A questão da eventual ruptura democrática se debita ao atual presidente Bolsonaro que trabalharia contra as instituições e seu comportamento de confronto, ameaça e as próprias decisões. Mas a gente percebe que grande parte disso é produto do momento eleitoral. Há uma discussão entre as cúpulas que alto nível político deste país e eu lamento muito e não concordo com nada disso. Eu acho que o Brasil tinha que discutir problemas básicos e fundamentais, sobretudo da economia. A crítica pela crítica é uma coisa deletéria, aquilo tudo prejudica a nação brasileira. Isso, a meu ver e é visto por muitos, é simplesmente fumaça”, declarou.

Amazonino destacou a condição econômica do Estado e lamentou que outros pontos importantes estejam fora da pauta da mída que se ocupa do assunto que, para ele, não apresenta os riscos como os avaliados na mídia. “E essas coisas passam desapercebidas por quê? A imprensa cuida de assuntos que não tem nada a ver”, disse em trecho da entrevista.

Em outro trecho da entrevista, Amazonino fez declarações no mesmo sentido minimizando os riscos democráticos por meio da atuação de de representantes do atual governo:

“Porque é um país não discute, o país não vai para frente. Fica nesse nhem nhem nhem, nessa história. Ah, que vão fazer uma ditadura. Tem nada disso. Se vão fazer ou não vão fazer, temos que discutir a questão econômica, que gera emprego. Tem muita gente desempregadas, famílias clamando por essas esmolas que se dá”, disse.

Eleitorado

Ao responder sobre campanha e eleitorado, Amazonino afirmou que nas condições atuais da disputa, ele será o campeão de votos no interior do Amazonas. “Vocês querem saber? Eu ganho a eleição no interior”.

Amazonino disse confirar no potencial de votos no interior porque acredita que no atual momento eleitoral o povo não é só dirigido pela máquina estadual e municipal.

“De um lado tem a força do povo. Do outro lado, tem a força convencional dos político. Isso tá mudando, né? E está havendo uma coisa mais consciente, uma participação mais expressiva do cidadão. Isso é que é importante, é por aí que eu vejo”, declarou.

O ex-governador afirmou que a força demonstrada pelo governador Wilson Lima com os prefeitos do interior não necessariamente reflete a gestão focada na melhoria das condições de vida nos municípios.

“O que teria, com todo respeito, este governador (Wilson Lima) realizado para o povo amazonense para merecer adesão de políticos. A meu ver, nada. Só tem uma explicação concreta e verdadeira: grana, dinheiro. Dinheiro que era do próprio povo. A gente percebe que há algo de esbanjamento e uso, a rigor indevido o verdadeiro abuso, né?”, declarou.

Amazonino disse que os votos válidos para definiação da eleição devem ser divididos em 60% capital e 40% interior. Ele disse que a campanha em Manaus é priorizada por muitos políticos por ser relativamente mais fácil e eficiente de ser feita.

Veja a entrevista na íntegra:

“Ele quer continuar governador para escapar da cadeia”, afirma Amazonino sobre Wilson Lima