
Após lutar por cerca de um mês contra os efeitos da doença covid-19, o advogado e ex-procurador geral de Justiça do Amazonas Francisco Cruz não resistiu e morreu nesta madrugada.
Cruz manifestou sintomas e agravamento do quadro e foi internado no Hospital Santa Júlia, em Manaus.
“É com profundo pesar que informamos o falecimento agora há pouco no Hospital Santa Júlia do nosso ex-PGJ Francisco Cruz. Nossos mais profundos sentimentos a toda a família e amigos. Que Deus o receba em sua morada eterna”, informou a a Associação Amazonense do Ministério Público (AAMP), em nota, segundo o site jurídico Conjur.
O ex-procurador tinha 34 anos de atuação no MP-AM (Ministério Público do Estado do Amazonas), sendo que destes 10 anos no segundo grau. No ano passado, se aposentou e abriu um escritório de advocacia.
Nascido em Humaitá, se formou em 1982 em Direito pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e em 1985 iniciou a carreira como membro do Ministério Público.
Foi promotor nos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Parintins, Santa Isabel do Rio Negro, Urucará, Carauari, Barcelos, Humaitá, Eirunepé e, após ser promovido para Manaus, atuou no Tribunal do Júri.
“Sua passagem pelo interior do Estado foi elogiada pela elevada consciência e espírito público que, fazendo da qualidade de seu Ministério, um ideal, provou a utilidade da Instituição e das perspectivas de apoio à assistência judiciária às populações carentes de acesso à Justiça”, afirmou em nota o atual procurador geral de Justiça, Alberto Nascimento.
Na sessão do TJ-AM, em agosto de 2019, quando anunciou sua aposentadoria, foi homenageado pelos desembargadores. Na ocasião, o desembargador Domingos Chalub, atual presidente do tribunal, lembrou que na década de 80 os dois atuavam no Tribunal do Juri. O magistrado, à época, como advogado e o procurador representando o MP-AM.
“É um homem de bem, que sai do MP-AM pela porta da frente tendo cumprido sua missão”, afirmou o desembargador na ocasião.
O jurista exerceu ainda os cargos de secretário-executivo de Justiça e Direitos Humanos (2014), de coordenador do sistema penitenciário e secretário extraordinário de Estado de Relações Institucionais (2015).
O ex-procurador deixa esposa, dois filhos e uma neta. Na nota de pesar sobre a morte de Francisco Cruz, o MP-AM, além de destacar o “brilhantismo” de suas atuações na tribuna, afirma que, com a morte do ex-procurador perdem a instituição e a intelectualidade amazonense.
O corpo de Francisco Cruz é velado a partir das 10h na funerária Canaã e o sepultamento ocorrerá, às 16h no Cemitério Parque Tarumã, segundo o MP-AM.