
O candidato a prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (Podemos), declarou que quer voltar a administrar a cidade de Manaus e avalia que ele, por ser o mais experiente, seria o “arrimo, a tranquilidade dos pobres e a segurança da saúde.
“Eu não fui governador quatro meses, eu fui quatro vezes. Nunca na história se levantou qualquer suspeita sobre a nossa administração, principalmente na saúde pública”.
Em entrevista à rádio BandNews Difusora (93.7) nesta quinta-feira, dia 26, Amazonino Mendes comparou a campanha com outras experiências dele, fez críticas e provocações ao adversário David Almeida e disse esperar que esta seja a sua última disputa eleitoral.
“Ah, eu quero crer que sim (última disputa eleitoral). Não sou Matusalênico né”.
Exclusiva
O programa Exclusiva, que vai ao ar todas as segundas-feiras na 93.7, iniciou uma série especial das Eleições 2020 para entrevistar os 11 candidatos à Prefeitura de Manaus.
Equipe Exclusiva:
Rosiene Carvalho / Apresentação
Thais Gama / ancoragem e apresentação
Patryck Vieira e Ricardo Chaves / Produção
Daniel Jordano / Editor executivo
Leia a seguir trechos da entrevista ou assista na íntegra no link abaixo:
O político é uma pessoa dispensável, quando na verdade, o político é fundamental, o político é que é o grande veículo de estruturação social e política social.
Exclusiva: Candidato, o senhor já participou de pelo menos uma dezena de campanhas eleitorais. O que há de diferente nessa disputa de 2020 para o senhor?
Amazonino Mendes: É verdade essa disputa foi totalmente diferente. A começar pela pandemia que nos isolou e fez com que a campanha fosse tranqüila, simples. Não foi tão aguerrida como as campanhas que eu tenho visto por aí. Mas o desfecho dessa campanha parece que fica a desejar. Por uma pessoa que é de seu conhecimento e de todos. Eu lamento profundamente. Muito ruim episódio que denigre o processo político. Veja bem, o político de modo geral ele já está desacreditado.
De repente, numa atividade natural dele, ele perde as estribeiras, perde o equilíbrio e dar espetáculo, só vem a colaborar com a ideia de que o político é uma pessoa dispensável, quando na verdade, o político é fundamental, o político é que é o grande veículo de estruturação social e política social. É ele que em última análise elabora as leis, é ele que administra, é ele que garante o bem estar social. Claro que como em todo lugar e profissão, existem os bons e os maus. A gente que é político, a mercê dessa coisa que estou colocando, tem a obrigação de ter postura, equilíbrio, calma. É o que eu vejo nesse momento atual.
Exclusiva: Candidato o seu adversário justifica aquela fala e conduta dele dizendo que, no final do debate, além de o senhor não aceitar o aperto de mão passou a ofendê-lo. Quando o senhor foi governador e ele presidente da Assembleia, houve um episódio em que o senhor desligou seu aparelho de audição para não ouvir um discurso dele. O senhor tem algum desprezo pelo adversário?
Amazonino Mendes: Você estava lá. Viu que isso não é verdade. Não existiu isso. Você estava lá e ao que saiba você filmou. Ele não estendeu coisa alguma, não existiu isso. Ele inventou. Aliás, não era só você que estava lá, estava lá o juiz eleitoral também né, estavam lá autoridades. Isso não houve o que houve, na verdade, é que ele reclamou dizendo que eu tinha sido duro com ele e eu disse “problema que você mente muito, essa é a verdade”, aí ele perdeu o equilíbrio e me chamou de ladrão “ah, você que é o ladrão, vem roubando esse povo há anos”. Você estava lá. Então você mais do que ninguém pode testemunhar o que estou falando. Lamentavelmente ele criou essa inverdade, mais uma inverdade. Me assombra realmente. Me assombra.
Ele ameaçou o Martinelli que não tinha nada a ver. Estava no cantinho dele. Ele ameaçou de morte. Isso é grave. Era pro juiz ter dado voz de prisão nele ali, em flagrante.
Exclusiva: O senhor e seu marqueteiro Martinelli pretendem tomar alguma medida a respeito do que ocorreu após o debate ontem (25) na TV Norte Amazonas?
Amazonino Mendes: É crime de ação pública. Ele ameaçou o Martinelli que não tinha nada a ver. Estava no cantinho dele. Ele ameaçou de morte. Isso é grave. Era pro juiz ter dado voz de prisão nele ali, em flagrante. Isso é crime, é absurdo. Isso não é nem problema de temperamento, isso já é doença mental. Isso é um negócio a meu ver muito sério e muito grave.
Exclusiva: A campanha, assim como debate de ontem (25), tem se resumido a uma troca de ataques entre os candidatos. A população inclusive percebe e comenta nas ruas. Essa era a sua expectativa depois de 40 anos de vida pública e política: participar de uma campanha nesse nível?
Amazonino Mendes: Claro que não, lamento muito. Por favor, me tire disso que eu não provoquei. Veja bem, fui duro no debate. Qualquer era o meu objetivo no debate? Mostrar que ele era uma candidatura ligada ao senhor Wilson Lima. Esse era meu objetivo e ele tinha o objetivo dele. Agora é bom observar que ele há meses que me enxovalha, diz que eu to gagá, me matou não sei quantas vezes, me mandou pro hospital, me internou não sei quantas vezes. Isso eu relevei, bola pra frente. Encarei como processo político.
Ontem (25), ele não agüentou certas provocações que fiz no ar, na frente de todo mundo, de forma digna e correta. Eu tava tentando cumprir o meu dever de alertar a população de que ele é lobo em pele de cordeiro. É isso que eu queria mostrar. Ele demonstrou que é sim. Agrediu de forma violenta e volto a repetir. Você viu, estava lá. Você sabe que tem mentira quando diz que ele veio e esticou a mão pra mim. Eu não sou mal educado. Não faço isso com ninguém. Não nego quem vem me dar um aperto de mão. Eu dou outro e ainda dou um abraço. Eu acho que é civilizado, é normal.
É só uma campanha eleitoral, passou passou, acabou. Pra que isso? Pra que esse ato tresloucado, desequilibrado, perigoso. Eu estou preocupado com a integridade física do Martinelli. Ele está prestando serviços como profissional como qualquer um. Não tem nada a ver a forma como ele agrediu. Nós temos o áudio para provar. Isso é conversa dele, dizer que estendeu a mão. Ta inventando papo pra mais uma vez tentar enganar a população, lamentavelmente é verdade.
Eu não fui governador quatro meses, eu fui quatro vezes. Nunca na história se levantou qualquer suspeita sobre a nossa administração, principalmente na saúde pública.
Não teria havido todos esses escândalos, a Polícia Federal não baixaria batendo na minha porta, não teria assessores presos e com certeza eu teria salvo a vida de muita gente, inclusive, pessoas queridas, respeitadas e importantes do ponto de vista social independentemente da gente gostar ou não, as pessoas, por exemplo, meu amigo Miqueias Fernandes, um belo advogado e gente simples que também que eu amava e que era lá da minha terra.
Eles inventaram uma compra absurda. Quiseram roubar em respirador, minha gente, isso me revolta
Exclusiva: O senhor citou o governador Wilson Lima, no debate, e disse que se fosse o governador eleito em 2018, Manaus e o Amazonas não teria enfrentado os mesmos problemas durante a pandemia. O que o senhor faria diferente do governador Wilson Lima?
Amazonino Mendes: Cumpriria o meu dever como sempre. Ninguém pode dizer que não fui um bom governador em todos os aspectos, inclusive na questão de saúde. Ninguém aqui no Amazonas fez nem perto. Os hospitais e tudo e eu cuido bem, eu sou sério. Não houve nenhum escândalo comigo em todo o tempo. Eu não fui governador quatro meses, eu fui quatro vezes. Nunca na história se levantou qualquer suspeita sobre a nossa administração, principalmente na saúde pública.
Não teria havido todos esses escândalos, a Polícia Federal não baixaria batendo na minha porta, não teria assessores presos e com certeza eu teria salvo a vida de muita gente, inclusive, pessoas queridas, respeitadas e importantes do ponto de vista social independentemente da gente gostar ou não, as pessoas, por exemplo, meu amigo Miqueias Fernandes, um belo advogado e gente simples que também que eu amava e que era lá da minha terra.
Gente simples também anônima, que morreram nessa avalanche do mal com a desatenção. Eles inventaram uma compra absurda. Quiseram roubar em respirador, minha gente, isso me revolta, revolta você e revolta qualquer um.
Exclusiva: Na campanha, o senhor promete ‘Renda Manaus’ que é um auxilio financeiro no valor de R$300 por quatro anos sem que isso tenha previsão orçamentário pro próximo ano. Como o senhor pretende cumprir essa promessa que representa um gasto de R$ 41 milhões de reais por mês, cerca de R$480 milhões por ano e quase R$2 bilhões ao longo de quatro anos?
Amazonino Mendes: Eu estou me esforçando para ver se consigo mais. Só os incessíveis não percebem que pode haver convulsão social, ataques a supermercados, pode agudizar a questão das doenças sociais. Tudo que é de mazela pode acontecer como o empobrecimento brutal da sociedade.
Manaus está com 18,5% de desemprego, é o maior índice do país. Quem é rico, diz, “eu não tenho nada a ver com isso”, eu digo tem sim. Você vive aqui. Você compartilha da cidade. Você reclama da falta de segurança. Uma das causas da falta de segurança é a má distribuição de renda. Com a pobreza a coisa fica mais grave.
É dever do prefeito. Isso que eu anunciei é um dever e tem mais, ele não alcança apenas no ponto de vista assistencial, ele vai distribuir e circular mais dinheiro no bairro e salvar pelo menos o pequeno comerciante e mantendo empregos. É isso que se tem que entender.
Exclusiva: Candidato, diante da não previsão orçamentária de onde o senhor pretende tirar esse recurso para cumprir a promessa?
Amazonino Mendes: Você tem uma dívida ativa da Prefeitura de mais de R$ 6 bilhões de reais. Isso aí pode ser negociado até em bolsa de valores dá pra buscar. O recurso pra isso não ultrapassa 7,5% do orçamento. Isso pode ser feito. A mesma coisa vocês falavam de um modo geral – vocês que eu falo à imprensa que é o dever dela de vigilante – quando eu criei a universidade: “como é que ele vai manter?”. E está aí, a universidade com 20 anos já formando gente.
Eu sou um sujeito que eu tenho certo visionarismo. Não me conformo. Sei que precisa dar dinheiro pro povo. É necessário. É importante. Se eu me candidatei a prefeito eu tenho que ter competência e capacidade de implementar o que eu sinto e o que penso. É isso.
Vou dar os R$300 e estou estudando se posso dar mais. Sei o que é isso, é muito sério. Quem inventou isso no Brasil foi o tal do Amazonino com o cartão ‘Direito a vida’. É prestar atenção e analisar as coisas. Diferentemente do meu adversário que diz o seguinte “passado é o passado” e é interessante, porque ele diz isso para desmerecer o meu trabalho e esconder, mas adora atacar o meu passado. É uma contradição. É bom observar isso e levar em conta.
Ah, eu quero crer que sim (última disputa eleitoral). Não sou Matusalênico né.
Exclusiva: Essa é a última eleição que eu participa candidato?
Amazonino Mendes: Ah, eu quero crer que sim. Não sou Matusalênico né. Já sou agradecido a Deus de permitir chegar até agora com lucidez, com capacidade de trabalho. Como eu tenho dito, quero devolver o que o povo me deu. Eu quero dar pro povo esse valor invisível, maravilhoso que o povo me premiou.
Hoje eu sei, é difícil encontrar aqui nesse estado hoje, sem desmerecer e sem demérito de ninguém, que tenha mais experiência, capacidade administrativa e que saiba enfrentar problemas. Eu enfrentei crise da Rússia, da Ásia, da Coreia eu enfrentei muita coisa.
Quem defendeu essa Zona Franca, fui eu quem mais defendeu. Então essas coisas tem que ir pro anais da nossa história, elas existem e elas que me cacifam e que te dão a segurança de dizer, “olha, pode ser um bom prefeito sim, ele tem qualidades”.
Excusiva: Na sua aliança com o MDB algumas pessoas enxergam a possibilidade do senador Eduardo Braga voltar ao Governo do Estado. O senhor prometeu algum apoio político pra ele nas eleições de 2022 em função dessa aliança desse ano?
Amazonino Mendes (Podemos): Eu não faço cambalacho. Não faço acerto nem acordo e outra, um detalhe que você deve prestar atenção porque também é histórico. Nunca compus nos meus governos atendendo pedidos de políticos seja quem for, é característica, é meu. Quando chegar eleição é outro momento político.
O que não posso fazer como candidato é orgulhosamente e soberbamente negar apoio. Quem quiser me apoiar pode me apoiar. O único problema é que não escondo do povo. Ninguém pega na minha munheca. Ninguém diz pra mim o que eu vou fazer. Não é como diz o meu adversário que está se gabando dizendo que luta contra todo mundo. Não é verdade. Ele chegou à presidência da Assembleia…primeiro chegou a deputado e depois a presidência da Assembleia pelas mãos de uma dama, a senhora esposa do José Melo, é isso. Essa é a realidade. Essa é a verdade.
Exclusiva: Na eleição de 2006 quando o senhor foi derrotado pelo então governador Eduardo Braga o senhor disse que se dedicaria e formar novas lideranças políticas e mais de 20 anos depois o senhor participa da eleição de 2020 como favorito em pesquisas há um ano. As lideranças formadas no seu grupo político Eduardo Braga, Omar Aziz, José Melo são investigados pela Polícia Federal, o que contribui para o quadro de desânimo do eleitor. Onde o senhor errou como liderança na contribuição de formação de novos quadros para o estado do Amazonas?
Amazonino Mendes: O que você está falando me lembra bem as penas da idade média em que o pai respondia pelo filho e o filho pelo pai. A pena com a evolução do tema ela se caracterizou como individual. Quem comete o erro, o delito é que responde. Ela não transmite para a família. Todos, o Alfredo Nascimento, o Eduardo e tantos outros que passam pela minha mão…cabe responsabilizar se eles foram bons ou maus, se eles foram excepcionais, se eles foram grandes homens ou se foram más pessoas. Isso é um absurdo. É uma forçada de barra desavergonhada.
Querer agora estabelecer e dizer “olha votou em você, você é o pai da criança então você tem que ser castigado, você não presta”, não, ao contrário. Eu provei com esses meus gestos como não sou egoísta. Eu dividi a minha liderança, assim como Mestrinho me fez, eu fiz várias e vários. Não me arrependo, pois esse é o processo político. O que você está dizendo que é mau hoje, amanhã você descobre que é bom, é o caso de Juscelino, Getúlio Vargas e tantos e tantos políticos que honraram essa nação. É isso que tenho a dizer, tão somente isso.
Rosiene Carvalho: A pergunta não foi sobre a sua responsabilidade sobre os atos e sim sobre a sua contribuição na formação de um quadro político porque estarmos em 2020 e o seu nome ser o mais forte neste momento. Essa foi pergunta. Se o senhor sente que não contribuiu da maneira correta para a formação de novos quadros políticos.
Amazonino Mendes: Eu respondi intrinsecamente. A colocação é para minha análise subjetiva. Disse claramente que não cabe a mim se a pessoa foi excepcional, boa, maravilhosa ou não foi. Neste caso, eu sou um cidadão como outro qualquer. Não contribuo para eleição de A, B ou C. Simplesmente sou um eleitor. Numa hora dessa um eleitor. Essa é minha visão. Não sou dono de ninguém, nunca fui presidente de partido, nunca.
Preste atenção, isso é importante demais. Nunca quis mandar nos outros. Isso não existe com o Amazonino. Então eu acho que lhe respondi a pergunta. Se você tem alguma dúvida eu acho que você tirou. Não sei.
Exclusiva: Suas considerações finais.
Amazonino Mendes: Também quero agradecer. Você é muito simpática. Muito competente. Pra mim foi um prazer dar entrevista nessa rádio e aproveitar para reiterar o seguinte, veja bem. Fui enxovalhado durante o ano inteiro “tu tá gagá” e outra que me matavam.
As consequências disso tudo no seio da minha família foram terríveis. Sofri muito com isso. Nunca passei recibo. Também diziam que não tinha coragem de ir pra debate e o resultado foi esse papel triste. Secundado por mais uma mentira, mentira que você mesma sabe que é uma mentira. Você estava lá presente.
Quem estava presente viu que eu não ataquei ninguém, não desrespeitei e o que eu fiz foi sob a luz das câmeras e na frente de todo mundo pra toda a sociedade ver e é isso. Muito obrigado pela oportunidade. Um abraço especial para você.
“Tenho vontade de voltar a dirigir Manaus. Seria o arrimo, a tranquilidade dos pobres. Seria a segurança da saúde e a melhoria na educação e transporte coletivo. Isso eu tenho convicção e sei que sou”.
Exclusiva: Quer usar o tempo para pedir votos?
Amazonino Mendes: Olha ,eu gostaria lógico né. Tenho vontade de voltar a dirigir Manaus. Tem muita coisa que observo que eu posso resolver e seria o arrimo, a tranquilidade dos pobres. Seria a segurança da saúde e a melhoria na educação e transporte coletivo. Isso eu tenho convicção e sei que sou. É isso aí. Muito obrigado.
Exclusiva
O programa Exclusiva, que vai ao ar todas as segundas-feiras na 93.7, iniciou uma série especial das Eleições 2020 para entrevistar os 11 candidatos à Prefeitura de Manaus.
Equipe Exclusiva:
Rosiene Carvalho / Apresentação
Thais Gama / ancoragem e apresentação
Patryck Vieira e Ricardo Chaves / Produção
Daniel Jordano / Editor executivo