“Governo do Estado precisa se posicionar”, diz presidente do Ciem sobre IPI

Foto: Presidente do Cieam, Wilson Périco. Amazonas Atual

O presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, declarou que o Governo do Estado do Amazonas deveria se posicionar a respeito dos problemas do polo de concentrados da ZFM (Zona Franca de Manaus).

“O Governo do Estado tem que se posicionar sobre a possível falta de emprego que está ameaçando o nosso estado”, declarou Périco.

Ele explicou que o setor de produção de bebidas da ZFM tem uma cadeia produtiva de postos de trabalho em todo País, em função de que o xarope produzido no Amazonas é distribuído em outros estados.

“Há uma cadeia de empregos em todo País. Mas a cadeia produtiva do concentrado deixa, na maior posição de empregos gerados, o Amazonas”, afirmou.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou, nesta quarta-feira, dia 15, que o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializado) será de 8% e que, em três anos, deve chegar a 4%.

A avaliação no setor e no meio político é que as empresas receberam um prazo para deixar a ZFM em função da previsão gradual e a curto prazo da perda de competitividade do setor.

O presidente do Cieam defende que os benefícios fiscais da ZFM são garantias constitucionais e que, se o Governo Federal avalia que há excessos, deveria sentar com o segmento para uma conversa “adulta”.

“É um direito constitucional. Se existe algum excesso, no entendimento do Governo Federal, precisa ser alinhado com o seguimento. Isso se faz de maneira adulta: senta, discute, se ouve a outra parte. Tem um ditado que diz que o que é combinado não sai caro”, afirmou.

Wilson Périco disse que no ano passado houve uma conversa, mas como, ao final do ano, o decreto presidencial não garantiu a vantagem competitiva do setor, nova celeuma foi criada.

“Quando não se faz nada, se mantém decreto governo anterior, a celeuma é criada na indústria para este segmento e para os demais”, avaliou.

Périco afirma que os maiores impactos são no campo social em função do desemprego que a saída das indústrias de concentrados pode gerar em Manaus, Presidente Figueiredo e Maués.

A empresa Jayoro, por exemplo, que é subsidiária da Coca-Cola no Amazonas e fornece à Recofarma o açúcar mascavo, gera cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos em Presidente Figueiredo.

Segundo estimativas do IBGE, o município que fica a 119 quilômetros de Manaus em linha reta, tem população estimada de 36.279 pessoas. O IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano do Município) é de 0,647.

“Esse impacto é mais uma questão social que financeira. Esse prejuízo social é um tiro no pé do Governo Federal. O ministro não pode decidir mudar sem discutir com transparência e com o tempo necessário”, avalia o empresário.

Foto: Amazonas Atual