
A SSP (Secretaria de Estado de Segurança Pública) emitiu nota sobre a reportagem da Folha de São Paulo deste sábado, dia 04, afirmando que “o inquérito da ação policial no Crespo não encontrou indícios de execução, “conforme sugere reportagem”.
O Jornal Folha de São Paulo destacou entre as manchetes de sua primeira página deste sábado, dia 4, matéria em que uma testemunha afirma que os 17 homens e adolescentes mortos no Crespo dia 29 de outubro foram executados após serem rendidos por policiais da PM-AM (Polícia Militar do Amazonas). Leia matéria da Folha de São Paulo neste link.
Segundo a nota da SSP, o inquérito da Polícia Civil “não encontrou indícios de dolo homicida na conduta dos policiais, que agiram resguardados pelas excludentes de ilicitude da legítima defesa”.
A SSP indica ainda que “a ação dos policiais foi uma reação à agressão que sofreram por um grupo que se preparava para atacar uma facção rival”.
“O inquérito não encontrou indícios de execução, conforme sugere a reportagem. Nenhuma das mais de 30 testemunhas ouvidas no curso do inquérito deu informações no sentido sugerido pela reportagem”, afirma trecho da nota.
Sobre possível alteração da cena do crime e que os corpos dos mortos teriam sido levados ao hospital já sem vida pelos policiais, a SSP respondeu:
“Sobre o dia da ocorrência, é importante salientar que houve o tiroteio e os feridos foram levados para unidades de saúde da capital amazonense para receberem o atendimento emergencial. A dinâmica da ocorrência, que se estendeu por vários becos, repletos de moradores, prejudicou o isolamento do local do crime. É importante ressaltar que outros elementos probatórios foram utilizados pelo inquérito, como a perícia nas armas, a necropsia nos corpos, e os testemunhos, entre outros”.
Leia nota na íntegra:
A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) informa que o inquérito policial aberto para apurar a ocorrência não encontrou indícios de dolo homicida na conduta dos policiais, que agiram resguardados pelas excludentes de ilicitude da legítima defesa. O inquérito já foi concluído e remetido à justiça.
Conforme informações da Unidade de Apuração de Atos Infracionais da Polícia Civil do Amazonas (Uaip) e do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), que fizeram o inquérito, a ação dos policiais foi uma reação à agressão que sofreram por um grupo que se preparava para atacar uma facção rival. A polícia recebeu informação, anônima, do ataque que haveria entre grupos rivais e, ao chegar ao local, a guarnição foi recebida com disparos.
No local, foram recolhidas muitas cápsulas deflagradas e outros materiais, inclusive veículos e 17 armas de fogo que estavam em poder dos infratores que morreram no confronto.
A autoridade policial não encontrou indícios mínimos de dolo homicida na conduta dos policiais. Os mesmos, inclusive, prestaram o socorro médico às vítimas e agiram resguardados pelas excludentes de ilicitude da legítima defesa e do estrito cumprimento do dever legal.
Cabe salientar que, durante o atendimento da ocorrência, o serviço emergencial 190 recebeu cerca de 27 ligações com pedidos de socorro dos moradores da área, que também forneciam informações sobre o paradeiro dos suspeitos que trocavam tiros.
O inquérito não encontrou indícios de execução, conforme sugere a reportagem. Nenhuma das mais de 30 testemunhas ouvidas no curso do inquérito deu informações no sentido sugerido pela reportagem. Agora, o Ministério Público, que é o fiscal da lei, está com o inquérito e, se entender que houve indícios, remeterá o inquérito novamente para a Polícia Civil aprofundar as investigações.
Sobre o dia da ocorrência, é importante salientar que houve o tiroteio e os feridos foram levados para unidades de saúde da capital amazonense para receberem o atendimento emergencial. A dinâmica da ocorrência, que se estendeu por vários becos, repletos de moradores, prejudicou o isolamento do local do crime. É importante ressaltar que outros elementos probatórios foram utilizados pelo inquérito, como a perícia nas armas, a necropsia nos corpos, e os testemunhos, entre outros.
Foto: Fotos da ação policia no dia 29 de outubro. Divulgação/SSP