
O secretário da Susam (Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas), Rodrigo Tobias, declarou, que a falta de estrutura de UTI (Unidades de Tratamento Intensivo) nos municípios do interior do Amazonas) não será “nenhum problema” para o enfrentamento do coronavírus planejado pelo Governo do Amazonas.
Segundo o secretário da Susam, Rodrigo Tobias, o plano de contingência para enfrentamento do coronavirus prevê investimentos em UTI aérea e casos mais graves serão transferidos do interior para o Hospital Delphina Aziz, em Manaus.
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Rodrigo Tobias informou que hoje conta com 50 leitos de UTI específicos para casos desta natureza e que governo pretende que este número chegue a 150.
As declarações foram feitas na live feita nesta segunda-feira, dia 16, ao lado do governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima (PSC).
“De fato o interior do Estado não tem estrutura de UTI, mas isso não é um problema de estrutura. Isso é um problema de falta de profissionais de alta especialidade , distribuídos no interior. Isso para nós não é nenhum problema”, declarou o secretário da Susam.
“Segundo nosso plano de contingência estadual, aprovado tanto no Estado quanto no Ministério da Saúde, recursos virão do ministério da Saúde e vamos investir também na remoção de UTI aérea daqueles casos mais graves e que serão encaminhados diretamente parta a nossa unidade de referência que é o Delphina Aziz”, concluiu.
Estrutura municipal ajudará a identificar casos graves
Rodrigos Tobias acrescentou que a identificação de casos graves será feita com o apoio dos sistemas de saúde municipais, que ele próprio afirma ter deficiência em função de falta de profissionais especializados.
“Então, isso não será nenhum problema, caso a gente identifique pelo sistema de saúde municipal, pacientes com síndromes gripais e que tenham quadro mais grave”, disse.
Na live desta terça-feira, o secretário Tobias destacou que as unidades do governo e da prefeitura de Manaus estão preparadas para dar apoio no atendimento de casos menos graves e identificação de pacientes que precisem de internação.
Nada foi mencionada a respeito do preparo dos profissionais das unidades do interior para identificação e orientação do novo coronavírus.
Em entrevista à rádio BandNews Difusora, nesta segunda-feira, dia 16, o presidente da AAM (Associação Amazonense dos Municípios), Júnior Leite, afirmou que municípios que tem administração da saúde compartilhada com o Estado aguardam a verticalização das orientações e medidas.
Júnior Leite disse que a falta de leitos de UTI é uma preocupação dos prefeitos do interior.
Leitos de UTI: rede pública tem 383 leitos e secretário promete aumentar 150 nos próximos dias
O secretário da Susam informou, na live de segunda-feira, que o Amazonas tem hoje cerca de 550 leitos de UTI, entre adultos e pediátricos. Destes, 383 são em unidades da rede pública e antedem à rotina de atendimento da saúde.
O plano de enfrentamento, segundo o secretário, reservou 50 leitos no Delphina Aziz, que será centro de referência de tratamento do novo coronavírus.
Rodrigo Tobias destacou que novos investimentos, com recursos do Ministério da Saúde, devem elevar o número de leitos específicos a eventuais casos graves da doença para 150. O número que representa quase metade do que a rede pública dispõe atualmente.
“Se daqui para frente o número de casos, aumente. Nós temos, então, a capacidade de absorver todos eles e ter a unidade Delphina Aziz como a referência do Estado”, declarou.
Na live desta terça-feira, dia 17, do secretário Tobias e da chefe da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde), Rosemary Costa Pinto, o titular da Susam voltou a dizer que haverá ampliação da UTI área, mas sem dar maiores detalhes.
“Para casos graves do interior, ampliamos o contrato com a remoção da UTI aérea. Serão encaminhados do interior para o Delphina Aziz”, disse.
O secretário informou na live, desta terça-feira, também sem detalhar as medidas, que novos investimentos serão feitos em municípios polo: Parintins, Tabatinga, Tefé, Manacapuru e Itacoatiara.
“No interior, nós temos déficit de recurso humanos especializados. Mas tendo em vista o próprio decreto e recursos advindos do Ministério da Saúde, novos investimento serão feitos para melhor equipas as salas vermelhas dos municípios polo”.
Segundo o secretário, Tobias estes investimentos nos cinco municípios os capacitarão a uma cobertura de cerca de 1,2 milhão de habitantes. Manaus, que concentra a maior parte da estrutura de saúde do estado, tem cerca de 2 milhões de habitantes.
“Esses cinco polos vão ofertar toda ajuda aos municípios que se conectam, como eles, oferecendo cobertura para pelo menos 1, 2000 milhão de habitantes.
O secretário afirmou que apenas 5% dos casos de infecção evoluem para casos graves que necessitem de UTI.
“O sistema de saúde do Estado do Amazonas , capital e interior, por meio do nosso plano de contingência hoje está preparado para absorver os casos do novo coronavírus”, garantiu o secretário.
Balaço de dados da terça-feira
No balanço divulgado nesta terça-feira, dia 17, o Governo do Amazonas informou que foram 33 casos notificados, 1 confirmado e 27 descartados, Nenhum envolvendo estado grave ou necessidade de internação. Outros cinco casos estão em investigação.
No entanto, dois casos diagnosticados há dias pela Fiocruz e não informados pelos infectados à FVS foram confirmados pelo Governo do Amazonas, nesta terça. O mais grave para este momento de controle inicial da propagação da doença é que os casos envolveram profissionais da área de saúde. Um deles, o vice-reitor da Ufam, o médico Jacob Cohen.
Foto: (Reprodução live Governo do Amazonas)