* Por José Alcimar de Oliveira
A Universidade Federal do Amazonas, a Universidade do Estado do Amazonas e o Pensamento Social da Amazônia perdem, nesse 21 de novembro de 2019, um grande professor, pesquisador e intelectual coletivo, JOSÉ ALDEMIR DE OLIVEIRA.
Quanto a mim, perdi um grande amigo e irmão, com raízes familiares comuns na cidade de Jaguaruana, Ceará, de onde os seus e os meus pais migraram para escapar das cercas e das secas do nosso torrão nordestino, politicamente naturalizadas pelas oligarquias do Estado brasileiro.
José Aldemir de Oliveira foi um incentivador de minha trajetória acadêmica.
Em 1992, quando o visitei na USP, onde se doutorava, me cobrava por ainda não ter iniciado sequer o mestrado, que só iniciei em 1995 e concluí na UFAM em 1998, e o doutorado, na mesma UFAM, em 2011. Convidei-o para ser meu orientador e dele recebi generosa e inteligente orientação durante o doutorado no Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia.
Suas cobranças mais recentes a mim, generosas mas diretas, eram sobre as razões de ainda não ter publicado a tese, ou antitese.
Sua morte me deixa triste e meio engasgado diante desse impossível inelutável.
Pensador maior das cidades da Amazônia, em seu devir geográfico, histórico e sobretudo em sua resistência ribeirinha, José Aldemir de Oliveira imprimiu em sua fecunda e precocemente interrompida vida intelectual as letras da dignidade, da competência acadêmica e do compromisso ético e político em favor das gentes e do ser natural da Amazônia, ontem e hoje sob o ataque e a predação do sociometabolismo do capital e de seus projetos ecocidas.
José Aldemir de Oliveira, meu grande amigo e irmão, PRESENTE!
*José Alcimar de Oliveira, professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Amazonas e filho dos rios Solimões e Jaguaribe. Em Manaus, AM, 22 de novembro de 2019.