
O Presidente da Associação do Movimento Orgulho Negro, Cassius da Silva Fonseca, convocou a classe política do Amazonas a ouvir, se interessar e ter informações mais ligadas à realidade da população negra do Estado.
Durante entrevista ao programa Exclusiva da Rádio BandNews Difusora (93.7), Cassius afirmou que o Amazonas é um estado muito racista e mal representado nas esferas de poder em relação à população negra. A entrevista, realizada pelas jornalistas Thaís Gama e Rosiene Carvalho, foi ao ar nesta segunda-feira, dia 25.
“Nossa luta é constante. Não existe igualdade neste pais.. A luta nossa é essa. Políticos, nos chamem para conversar! Conversem com quem entende das etnias, com quem entende da problemática da população negra neste estado. Somos invisíveis?”, declarou.
No mesmo programa, a advogada e presidente da comissão de Igualdade Racial da OAB amazonas, Ana Carolina Amaral, ponderou que a baixa representativa de negros nas esferas de poder dificulta o avanço de políticas públicas adequadas à população negra.
O historiador e articulista da agência de notícias Amazônia Real, Juarez Silva Júnior, declarou que o fato da população negra ter uma maioria numérica não quer dizer que esteja bem representada.
“Em todos os indicadores sociais há uma inversão. Nos bons indicadores, os negros são minoria. Nos péssimos indicadores, são maioria”, disse.
Cassius destacou a falta de atenção à população quilombola do Amaoznas, indicando que em todo o Estado são 36 quilombos reconhecidos pela Fundação Palmares, incluindo o de área urbana na Praça 14 – o Quilombo do Barranco.
“A secretaria de promoção de igualdade racial não foi criada. Por que não foi criada? Falta o estado sentar e conversar conosco.Sentar para conversar com os movimentos sociais. O Estado desconhece como esse povo está vivendo no interior do Estado do Amazona.s A desigualdade que existe é muito grande”, disse Cassius.
O presidente da Associação do Movimento Orgulho Negro disse que políticas sérias deveriam ser postas em prática com urgência.
“Nós negros não podemos mais viver de folclore. Da Senzala já viemos. Não podemos mais voltar para lá. Ou a gente avança com políticas voltadas à população negra. Ou vamos estar fadados, acostumados a ver nossos irmãos com bacias na cabeça. Ver haitianos nos sinais com bacias na cabeça, isso nos remete aos séculos 16, 17, 18. O que avançamos?”, questionou.
Durante a entrevista, os três abordaram vários temas relacionados à desigualdade social.
Confira a entrevista na íntegra neste link:
Foto: Reprodução Facebook BandNews Difusora