Lupi convida Nicolau e Luiz Castro para serem candidatos a governo e Senado pelo PDT

Foto: BNC

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, convidou o deputado estadual Ricardo Nicolau (PSD) e o ex-deputado estadual Luiz Castro (Rede) para formarem o palanque do pré-candidato à presidência da República Ciro Gomes (PDT) no Amazonas nas Eleições 2022. A informação foi confirmada pelo próprio Lupi ao blog, nesta sexta-feira, 13.

“(Ricardo Nicolau) É um homem de sucesso na sua vida pessoal. Tive uma excelente conversa ontem. Também conversei com (Luiz) Castro (Rede), que foi candidato ao Senado, um grande quadro político. São nomes que qualquer partido gostaria de tê-los para uma eleição majoritária. A gente conversou, dialogou. Mas, eu costumo dizer, que a decisão de filiação política é pessoal e intransferível. A decisão está com eles. Eu os convidei e estou aguardando a decisão deles.”, declaroub Lupi.

Com um dos maiores tempos de TV e a segunda campanhas mais cara de 2020 na disputa pela Prefeitura de Manaus, Nicolau ficou em 4° lugar, 21 mil votos atrás do terceiro. Luiz Castro, que compunha o palanque de Wilson Lima, quase ficou com a vaga de Eduardo Braga em 2018.

Lupi passou os últimos dias em Manaus prospectando um palanque para Ciro. Os planos incluem o nome de Hissa Abrahão a deputado federal. Na entrevista, Lupi critica o voto da bancada do Amazonas na mudança nas lei trabalhista que “destitui direitos” e afirma que quem votou a favor não merece o voto do eleitor.

Lupi é de longe o dirigente nacional de partido mais presente no Amazonas. Há anos, vem pessoalmente ao estado apagar incêndios internos e tentar formar quadro. Uma das principais apostas foi a reeleição de Amazonino Mendes, em 2018, ao governo do Estado e a tentativa frustrada de um palanque para Ciro.

O político aposta na derrota da direita raivosa após o pico de ataques aos valores democráticos, às instituições e à condição econômica que atinge toda a população.

“Eu acho que que vem por aí é um resultado das urnas para derrotar essa gente”, disse.

Confira abaixo a entrevista:

Nossa intenção é conseguir sucesso para ter uma boa candidatura a governador aqui.

Rosiene Carvalho: A volta de coligações é importante para a estratégia do PDT de eleger deputado federal pelo Amazonas?

Carlos Luppi: Eu não vejo como se ter todo ano antes da eleição modificações. A gente na política não pode ser só pela conveniência eleitoral, a gente tem que ver também a conveniência para o eleitor. Sou contra as mudanças a um ano da eleição. Eu acho que cada partido tem que se esforçar para estabelecer sua força, seu trabalho. Isso só acontece por meio voto. A coligação cria possibilidade de você aliar adversários, com visões de mundo e ideologias diferentes, de eleger vários candidatos de tendências diferentes dentro de uma mesma coligação. Isso é um erro.

Eu acho que o que está estabelecido ai, desde a eleição passada, cláusula de desempenho, do partido ter voto para continuar merecendo fundo partidário, tempo de TV é o correto. A federação ou coligação serve apenas para salvaguardar o eleitoralismo. Por isso, sou contra.

Rosiene Carvalho: A candidatura de Ciro Gomes à presidência da República impõe a necessidade de um palanque na disputa pelo Governo do Estado. Como o PDT se articula ?

Carlos Lupi: É isso que estou fazendo aqui com meu companheiro Hissa Abraão, nosso presidente e futuro deputado federal – e já foi, com muito orgulho para nós – é projetar candidaturas própria a senador e governador. A nossa intenção é conseguir sucesso para ter uma boa candidatura a governador aqui.

Rosiene Carvalho: Um quadro do PDT ou vão filiar novas pessoas para o projeto?

Carlos Lupi: Olha, tem várias personalidades que tiveram boa votação e que tem perfil nosso, ideológico e de visão de mundo. Só o tempo vai dizer se há possibilidades reais de virem para o PDT e se candidatarem a governador ou senador pelo PDT.

Rosiene Carvalho: Soube que o senhor conversou com o deputado estadual e candidato a prefeito, na eleição passada, Ricardo Nicolau (PSD).

Carlos Lupi: Pode sim. É um bom deputado. Tem uma boa performance. É um homem de sucesso na sua vida pessoal. Tive uma excelente conversa ontem. Também conversei com (Luiz) Castro (Rede), que foi candidato ao Senado, um grande quadro político. São nomes que qualquer partido gostaria de tê-los para uma eleição majoritária. A gente conversou, dialogou. Mas, eu costumo dizer, que a decisão de filiação política é pessoal e intransferível. A decisão está com eles. Eu os convidei e estou aguardando a decisão deles.

Rosiene Carvalho: Alguns políticos de esquerda defendem uma frente ampla para derrotar Bolsonaro em 2022. O PDT tem se posicionado de forma crítica a este respeito. Entrevistei Fernando Haddad, na BandNews Difusora, em fevereiro, e ele disse que Ciro era candidato da direita. Como o senhor avalia essas duas situações?

Carlos Lupi: É no mínimo uma falta de conhecimento real da política. Como pode avaliar Ciro Gomes como direita, sendo o único candidato que tem coragem de dizer que vai taxar o sistema financeiro e o lucro dos bancos. Não é a direita que taxa o lucro financeiro e os clientes de banco. Ele foi ministro do Lula. Lula estava na direita quando convidou Ciro e a mim para sermos ministros. Só um ataque descabido, imerecido e injusto.

Quanto à frente, é uma eleição em dois turnos. Para quê que tem dois turnos? Exatamente para isso. Para, no primeiro turno, cada um apresentar sua proposta e aí, no segundo, se unirem os mais afins. Assim vamos fazer. Trabalhar nossas propostas para sairmos vitoriosos e no segundo turno estamos juntos.

Bolsonaro é nosso adversário. Jamais estaremos com ele e combateremos com todo rigor este atraso, este profeta da ignorância, este homem que tanto mal tem feito ao Brasil,

Rosiene Carvalho: O presidente Bolsonaro é opção?

Carlos Lupi: De jeito nenhum. Bolsonaro é nosso adversário. Jamais estaremos com ele e combateremos com todo rigor este atraso, este profeta da ignorância, este homem que tanto mal tem feito ao Brasil, vitimando cerca de 600 mil vidas de brasileiros pela sua incompetência e desrespeito à Medicina. Bolsonaro estará sempre do lado oposto de onde nós estaremos.

Essa visão esquizofrênica, doente que isso vai resolver os problemas do Brasil: ter um falso emprego, um falso direito. Aqueles que votaram não merecem o voto do trabalhador brasileiro.

Rosiene Carvalho: Qual sua opinião sobre esta nova mudança na CLT aprovada na Câmara por meio da Medida Provisória (MP) 1045/21?

Carlos Lupi: É mais uma vez um atraso. Nada dá mais dignidade ao trabalhador que sua carteira assinada com seus direitos reconhecidos, férias, FGTS . Essa visão esquizofrênica, doente que isso vai resolver os problemas do Brasil: ter um falso emprego, um falso direito. Eu acho isso muito ruim para sociedade e para a parte mais fraca que é o trabalhador. É bom ter consciência porque vem eleição aí. Tomara que o povo tome conhecimento que este governo está patrocinando isso e que aqueles que votaram não merecem o voto do trabalhador brasileiro.

Rosiene Carvalho: A bancada do Amazonas votou em peso neste projeto. O senhor acha isso uma incongruência? Defender a Zona Franca para gerar empregos e votar contra os direitos dos trabalhadores.

Carlos Lupi: Acho incoerente e, principalmente, uma desonestidade intelectual. Você não resolve problemas de incentivo, tirando direitos. Resolve criando mecanismos de não pagar impostos absurdos que pagam ao Governo Federal. E não tirando direitos. Isso é equivocado. É errado. A mais inteligente maneira de fazer a economia crescer é emprego, carteira assinada, dinheiro circulando. Mais gente comprando, mais gente vendendo. Mais gente vendendo, mais gente produzindo. É o chamado círculo virtuoso da economia.

Eu acho isso uma falsidade ideológica, uma mentira e um projeto de direita, conservador para destituir direitos dos trabalhadores brasileiros.

Rosiene Carvalho: Como o senhor avalia o resultado a CPI da Saúde, presidido pelo senador Omar Aziz do Amazonas?i

Carlos Lupi: Eu vejo o senador indo muito bem na CPI. Com muita coragem e coerência. E espero que esta CPI tenha um resultado que responda a esta irresponsabilidade do presidente Bolsonaro e seus ministros de não respeitar a ciência, não respeitar a OMS e não vacinar desde o primeiro dia os milhões brasileiros contaminados e os 600 mil brasileiros que morreram vitimados pela covid.

Rosiene Carvalho: O que virá depois deste período de ataques às instituições e á democracia, associada à alta na inflação, custo de vida e desemprego?

Carlos Lupi: Eu acho que que vem por aí é um resultado das urnas para derrotar essa gente. Eu espero, eu trabalharei para que o povo brasileiro tenha consciência do mal que esse pessoal fez ao Brasil, do mal que essa direita raivosa está fazendo ao Brasil e que sejam derrotados nas urnas.

Rosiene Carvalho: Suas considerações finais.

Carlos Lupi: Eu agradeço a gentileza. Mandando sempre uma mensagem otimista, de fé, de esperança para que nenhum de nós desista do amor à pátria brasileira.

“Quando na história do País um presidente precisou de prefeito para comprar vacina?”, critica Haddad