Rodrigo Maia reforça que em 20 anos é preciso substituir ZFM: “projeto do passado”

Foto: Brasília - Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, durante início da Ordem do Dia (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), tentou remendar a fala ao jornal Valor Econômico sobre a ZFM (Zona Franca de Manaus) em entrevista ao jornalista Ronaldo Tiradentes na Rádio Tiradentes na manhã desta quarta-feira, dia 21.

Rodrigo Maia, no entanto, reforçou o entendimento a respeito de que a região precisa de alternativa ao modelo ZFM em 15, 20 anos e que este projeto é “do passado” e serviu “naquele momento”.

“O que a região amazônica vai ter que compreender é que, com o recurso que tem, para daqui a 15, 20 anos, ver qual o melhor modelo de negócio para gerar emprego e valor agregado para a nossa região, mantendo a nossa floresta”, declarou.

“Projeto do passado”

O presidente da Câmara iniciou a entrevista se declarando defensor da ZFM, classificando o modelo como “projeto do passado”.

“Primeiro, quero esclarecer que sou um grande defensor da ZFM. Ela garantiu emprego numa região, que hoje teríamos apenas pobreza. Ela é um projeto do passado com uma política correta para aquele momento”, disse.

Na sequência, tentou esclarecer o que falou ao jornal Valor Econômico:

“O que eu disse é que, com o mesmo recurso de investimento nós temos que projetar o Brasil para daqui 20, 30 anos e potencializar projetos que vão na mesma linha que a ZFM, de proteção ao meio ambiente e que preserve a floresta e empregos. Isso num longo prazo de 10, 15, 20 anos”, disse.

“Modernização do projeto”

Rodrigo Maia disse que a ZFM, hoje, tem um custo e que precisa pensar numa modernização.

“É um projeto que hoje tem um custo que, talvez, pensando numa modernização do projeto, a gente pode com o mesmo recurso gerar mais emprego para a região”, declarou.

“Não quero acabar agora com a Moto Honda”

O jornalista Ronaldo Tiradentes perguntou a Rodrigo Maia sobre a referência que ele teria feito à Moto Honda, insinuando que a indústria não deveria estar em Manaus no mesmo episódio do assunto publicado pelo Valor Econômico.

“Falei que a Honda, como projeto de hoje para daqui a 20 anos, não vai fazer menor sentido nem para Manaus e nem para o Brasil. Nenhuma empresa automobilística, que são só montadoras, é empresa de inovação”, declarou.

Maia disse que não se pode tirar de uma hora para outra empresas instaladas no País.

“Ninguém vai pegar uma empresa que tem raízes e investimentos realizados, chegar e dizer: agora, você vai embora. O Brasil precisa respeitar contratos (…) A parte de inovação geralmente não está no Brasil. Isso é um outro debate. Não estou querendo acabar com a Honda agora em Manaus, de jeito nenhum”, declarou.

Ao falar da Moto Honda, Rodrigo Maia disse que o País precisa de empresas que gerem valor agregado.

“O que a gente tem que priorizar em 20 anos no Brasil são empresas que gerem valor agregado e tragam inovação, principalmente vinculados à grandeza de riqueza que tem a região amazônica. Mas falei em projeção em 20 anos. Não falei em projeção no dia de amanhã”, declarou.

O presidente da Câmara disse que permaneceria como defensor do modelo ZFM.

“Sempre tenho defendido publicamente e não vou deixar de defendê-la agora (…) Eu peço desculpas aqueles que compreenderam errado ou que a minha fala tenha sido infeliz, realmente. Todo mundo é humano. Ninguém é perfeito. Mas quero afirmar meu compromisso com a ZFM, com o Amazonas e com Manaus, e com o desenvolvimento do Norte do Brasil”, declarou.

Mudança a longo prazo

Rodrigo ressaltou que não defendeu mudanças para amanhã e sim para 15, 20 anos, o que chamou de “longo prazo”.

“Então, ninguém quer fazer nenhuma mudança de modelagem num prazo curto. É a longo prazo pensar uma melhor alocação dos recursos públicos no Norte e Nordeste em todo Brasil”, disse.

O presidente da Câmara encerrou a entrevista dizendo que, em função da defesa que faz da ZFM, será candidato majoritário no Amazonas. “Eu sou um grande defensor da ZFM”.

Foto: (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)