“Matéria não desabona o secretário”, afirma vice-governador

O vice-governador Carlos Alberto Almeida Filho (PRTB) declarou que matérias publicadas em veículos nacionais sobre citações do secretário de Estado de Segurança Pública, Coronel Loismar Bonates, não desabonam e nem enfraquecem ele no Governo do Amazonas.

“Requentam fatos parecendo querer desqualificar, por via transversa, o governo. No momento apropriado ele não foi denunciado e até agora não foi. Não desabona o secretário. Ainda mais agora quando há um decrescimento da violência”, declarou.

A Folha de São Paulo publicou nesta segunda-feira, dia 15, matéria com o título “Áudios da PF ligam secretário de Segurança do AM a um grupo de extermínio”. Segundo a reportagem, interceptações telefônicas da
Polícia Federal apontam ligações entre o secretário Bonates e “um grupo de pessoas envolvidas com grupo de extermínio, violência policial”.

Nesta terça-feira, o Jornal Nacional também abordou o tema.

O blog tentou contato com o secretário da SSP por meio do celular e familiares, mas não conseguiu falar com ele.

A assessoria de comunicação da SSP emitiu nota, em que o coronel nega as acusações.

Veja a nota na íntegra:

“O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Coronel da Polícia Militar Louismar Bonates, rechaça a tentativa de relacionar seu nome em supostas negociações com detentos do sistema prisional. Apesar desta inverdade já ter sido amplamente esclarecida, vem sendo retomada por alguns veículos de comunicação, o que exige, novamente, a reposição da verdade dos fatos.

Bonates ressalta que nunca conversou e não existe fonte oficial, confiável e concreta que confirme diálogo com o apenado José Roberto sobre acordo para sua permanência em unidades locais. Ao contrário, foi durante a gestão de Bonates na Sejus, em 2013, que foi feita, à pedido do Estado, a transferência de 11 presos considerados lideranças das cadeias de Manaus para o sistema federal. Entre eles, o detento José Roberto.

Em entrevista a jornalistas na ocasião em que era transferido, o referido detento reclamou do secretário responsável pelos presídios, expressando irritação com a transferência e o controle imposto pela autoridade no presídio.

A transferência do grupo foi uma ação que visava o enfraquecimento daquilo que viria a se tornar, anos depois, uma organização criminosa que atua, principalmente, no tráfico de drogas no Estado. Entre diversas medidas adotadas para o controle do sistema prisional, àquela época, Bonates determinou a desativação de um campo de futebol no COMPAJ, que era usado para que os presos ficassem no “banho de sol”. A medida se deu após uma fuga na unidade prisional.

É importante salientar que, em todas as unidades prisionais, há detentos que representam a massa carcerária junto à administração. Em virtude da suspensão do uso do campo, os presos pediram uma audiência com a administração da Secretaria para reivindicar que voltassem a usar o campo de futebol. Louismar Bonates condicionou o uso do espaço ao cumprimento integral das regras de disciplina impostas pela gestão.

Além disso, outros pedidos dos presos foram feitos naquela época, como a desativação dos SEGUROS (locais onde ficam os presos ameaçados de morte dentro do presídio). Isto não foi atendido, e nem sequer cogitado. Louismar Bonates informa, ainda, que solicitou sua saída da Seap, no dia 30 de setembro de 2015, para cuidar da saúde, e naquela ocasião todos os SEGUROS continuavam ativados e com os mesmos presos custodiados.

O coronel destaca, ainda, que todas as vezes que esteve nas unidades prisionais para tratar de assuntos com a massa carcerária, teve a preocupação de entrar em contato com a Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai), informando o teor das conversas para que, depois, fossem monitoradas.

Bonates informa que, em momento algum, foi chamado para prestar esclarecimentos à Polícia Federal. Nem antes, nem durante, e nem depois da operação denominada ‘La Muralha’. Inclusive, nunca foi chamado para tratar sobre nenhum outro assunto relacionado ao sistema prisional. Considera, portanto, que não há nada que possa dar credibilidade a tais afirmações, pois todas essas acusações levianas nasceram de declarações de um condenado da Justiça.

Cabe esclarecer, ainda, que o Ministério Público Federal informou que o coronel Louismar Bonates “não figura entre os denunciados” em processos que decorreram da Operação La Muralla.

Bonates enfatiza que, durante os seus 36 anos integrando os quadros da Polícia Militar do Amazonas, já desempenhou funções em diversas unidades operacionais e que não teve nada que desabonasse sua conduta profissional.

Sua atual gestão na SSP-AM vem sendo marcada pela redução dos indicadores de criminalidade e enfraquecimento de infratores e organizações criminosas envolvidas em crimes como o tráfico de drogas e homicídios, sobretudo. Nesse pouco tempo, 14 operações foram realizadas com a prisão de mais de 400 infratores, focando regiões consideradas redutos de grupos de traficantes na capital, e as rotas fluviais utilizadas por estas mesmas organizações criminosas, o que já resultou na apreensão de mais de 3 toneladas de entorpecentes nos três primeiros meses do ano”.