
A designação de um promotor para acompanhar as investigações pode reduzir o impacto dos questionamentos e contradições no assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues e ajudar a passar o tom de imparcialidade que a apuração do assassinato requer.
Embora, seja justo destacar, que o delegado do 19º DPI, Aldeney Goes, demonstrou postura de equilíbrio e seriedade na condução do inquérito durante a entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, dia 1º.
O caso ganhou conotação política a partir do próprio movimento do prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB).
O tucano se lançou na defesa de uma versão sobre o homicídio, que começou a ser investigado, e pediu fim das suspeitas sobre o enteado, Alejandro Valeiko, na casa onde outros dois homens estavam na companhia de Flávio antes de seu assassinato na madrugada de domingo.
Parte da versão, com ares de depoimento em favor do filho da primeira-dama Elisabeth Valeiko, nas redes sociais, foi posta em xeque nesta terça-feira a partir do depoimento de funcionários do Condomínio Passaredo e coletiva da autoridade policial. Não foi positivo para o governo.
Adversários de Arthur, que já estão no jogo de construção e desconstrução de nomes para 2020, iniciaram claramente movimento para aproveitar o efeito negativo do assunto contra o prefeito.
A contaminação política para pressionar investigação deve ser combatida e o MPE pode atenuar essas tentativas. É ruim para todos os lados que a morte de Flávio não seja devida e seriamente elucidada, sem atenção às pressões, seja de que lado venham.
Esse é um dos assuntos que abordei da coluna de Política da Band News Difusora desta quarta-feira (2). Ouça o podcast:
Foto: Arthur Neto – divulgação