
O deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de Manaus Alberto Neto (Republicanos) declarou que “não vê motivos” para ocorrer em Manaus a carreatas programadas em redes sociais para esta sexta-feira e o próximo dia 30 pedindo o fim do isolamento e a volta da atividade comercial.
A carreata tem como objetivo pressionar o Governo do Amazonas a voltar atrás nos decretos sobre o fechamento do comércio e do isolamento social das pessoas para evitar um alto crescimento dos registros de Coovid-19 (Coronavírus).
“Acho que as pessoas não leram o decreto do governador Wilson Lima que já respondeu a este pleito da carreata. Não vejo sentindo para isso”, declarou ao ser questionado se apoiava e iria participar da carreata.
Ainda sobre a carreata, Alberto Neto afirmou: “O Brasil é um País democrático. Temos que aceitar as opiniões contrárias. Temos que sentar e conversar”.
A carreata foi marcada após o discurso, em rede nacional, do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Durante pronunciamento em rede nacional, o presidente pediu volta à normalidade, o fim do isolamento social no País e afirmou que a imprensa está causando um terror na população.
A fala do presidente sobre o confinamento em meio ao avanço do Covid-19 contraria a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) que está sendo adotada por vários Países do mundo com este quadro. Bolsonaro recebeu críticas de governadores e políticos de direita e esquerda.
“Acho que ele exagerou na questão das escolas”
Sobre o discurso do presidente, Capitão Alberto Neto disse que é a favor da reabertura do comércio, mas que isso ocorra de forma gradual para não causar colapso do sistema de saúde.
“Acredito na volta progressiva. Ao ver o decreto do governador Wilson Lima, (vejo que) vai nessa linha. Se voltar à normalidade do dia para noite, o vírus se propaga numa velocidade muito grande e causa o colapso no sistema”, disse.
O deputado disse que não concordava com tudo que o presidente defendeu no discurso.
“Acho que ele (Bolsonaro) exagerou na questão das escolas. Não tem necessidade das escolas voltarem, agora. Estamos falando da questão econômica. Escola não atrapalha a questão econômica. Nisso, eu discordei do presidente”, declarou.
Para Alberto Neto, políticos como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), usam o momento de crise de plataforma política.
“Muitos políticos e governadores quiseram usar uma tragédia para fazer politicagem”, disse.
Alberto Neto defendeu as medidas do Governo Wilson Lima que, como a de outros governadores, foram alvos de críticas pelo presidente Bolsonaro.
“Vi o decreto do Governo Wilson Lima, que alguns comércios podem abir. É nesse sentido, de calibrar. Saber como o vírus está se comportando e trabalhar sem que as pessoas morram por falta de dinheiro ou condições de comprar seu alimento”.
Com 13 novos casos, divulgados ontem, dia 26, o Amazonas registrou nesta quinta-feira 67 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Em sete dias e mesmo com os decretos para garantir o isolamento social, o número de casos confirmados aumentou de 7 para 60. Um deles se tornou o primeiro registro de morte no Estado pelo Covid-19, na terça-feira, dia 24.
O paciente que morreu era um homem de 49 anos e hipertenso. Entre a internação e o óbito, foram quatro dias.
Alberto Neto é pré-candidato a prefeito de Manaus e um dos nomes que circula na órbita de busca de apoio do Governo do Amazonas nas Eleições 2020.
Foto: Alberto Neto (Divulgação
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