“O PT vai lançar candidato a prefeito de Manaus, claro”, afirma José Ricardo

José Ricardo nas ruas. Foto: Divulgação José Ricardo

O deputado federal José Ricardo (PT) declarou que é “claro” que o partido terá candidato a prefeito de Manaus em 2020.

“O PT vai lançar candidato a prefeito, claro. Meu nome está sendo bem lembrado”, afirmou.

Na agenda da “Caravana Lula Livre com Haddad”, na quinta-feira passada, dia 23, na Ufam (Universidade Federal do Amazonas), José Ricardo foi chamado de “prefeito” pela presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, e na sequência festejado pelo público presente que repetiu em coro a afirmação de Gleisi.  

Há quatro meses no cargo de deputado federal, José Ricardo (PT), em entrevista à Rádio Band News Difusora, faz balanço de sua atuação na oposição ao Governo Federal, analisa os primeiros dias do Governo Wilson Lima e fala sobre Eleições 2020.

Na Câmara dos Deputados, o deputado federal mais votado do Amazonas para o cargo em 2018 ocupa vaga de titular na Comissão de Desenvolvimento Urbano e Comissão de Desenvolvimento Regional e Amazônia. É suplente na Comissão de Educação e na Comissão de Indústria e Comércio.

Votações

Nas Eleições 2016, quando era deputado estadual José Ricardo se lançou na disputa pela vaga de prefeito de Manaus numa coligação com o PCdoB. Ficou em 4º lugar com 113.939 votos. Foram 10,99% do votos válidos.

Na disputa pelo Governo do Amazonas, numa chapa puro sangue e numa campanha curta para o governador tampão após cassação de José Melo, José Ricardo terminou o primeiro turno em 4º lugar com 181.257 votos (12,17%).

Só Manaus, foram 152,8 votos, contra 150,1 do segundo lugar geral no primeiro turno de 2017, Eduardo Braga (MDB), e 141 mil do terceiro lugar, que ficou com Rebecca Garcia (PP).

Em 2018, foram 197.270 votos o que o colocou como o mais votado para o cargo de deputado federal.

O resultado pressionou José Ricardo internamento na definição de candidaturas nas Eleições 2018. Havia alas de petistas que defendiam candidatura ao Governo do Estado.

“A campanha não estava preparada para esta disputa”, justificou José Ricardo indicando que a prioridade do partido era eleger deputados federais e por isso, no final, sua candidatura foi para a Câmara dos Deputados.

Confira trechos da entrevista que foi ao ar na 93.7 às 8h20, na Coluna de Política e a assista na íntegra nos links disponibilizados nas redes sociais da emissora e do Blog da Rosiene Carvalho.

Bancada do PT X Governo Federal

Como parte do balanço da atuação nos quatro primeiros meses desta legislatura, José Ricardo relata reuniões com ministros e com o presidente Bolsonaro, junto com a bancada do Amazonas, para levar a pauta da Amazônia.

“Minha postura em relação ao Governo Federal é de fiscalização, cobranças e também de propostas”, disse.

“Eu sou do PT, claramente de oposição ao governo. Não faço oposição às pessoas e sim aos problemas. Os demais são de partidos que apoiam o governo ou estão próximos ao governo. Acredito que cada parlamentar vai ser uma voz importante. Quem tem mais proximidade, claro, tem uma interlocução mais próxima para chamar atenção de ministros e do próprio presidente”.

“Acredito que todos têm seus instrumentos políticos para fazer pressão, cobrar, negociar. Acho que toda bancada tem competência para isso. Acho que temos de forma mais intensa esse dialogo”

“A questão da Zona Franca precisa ser prioridade número 1. Porque esse ministro da economia não gosta da ZFM, já falou isso varias vezes. Paulo Guedes é uma ameaça ao Amazonas”

“Precisamos nos unir cada vez mais porque, porque é o único modelo que sustenta o Estado do Amazonas”

Fundeb

José Ricardo diz ter apresentador propostas na área de Educação como emenda à Constituição para incluir psicólogos em todas as escolas e garantias da manutenção do Fundeb na Constituição.

“É uma lei que tem uma validade, que termina ano que vem. Eu subscrevi, junto com outros deputados, para incluir na Constituição. Algo permanente porque se não tiver uma garantia constitucional, uma lei pode ser revogada”, disse.

“Temos um problema que é o congelamento de gastos públicos, aprovado no Governo Temer. Durante 20 anos, o governo não vai ampliar gastos em saúde, educação e segurança. A constituição fala do gasto mínimo que cada estado tem que investir e estão querendo  revogar. Se não tem isso, teremos muitos problemas na área da Educação”, disse.

“Essa lei, de minha autoria, diz em detalhes quais informações o governo tem que colocar à disposição. A procuradoria deu parecer contrário, que a iniciativa não poderia ser do legislativo  Achei acertado que lá na ALE os deputados derrubaram o veto. Queria parabenizar de público o deputado Josué Neto (presidente da ALE-AM) porque ele conduziu isso. Conversei com outros deputados que concordaram. E Luiz Castro, que é secretário (de Educação), já tinha dito que iria implementar”.

“Os professores têm direito de saber como o dinheiro está sendo gasto e os governantes, se estão gastando tudo certo, não tem nada a temer”.

Greve

“Quero parabenizar os professores pela luta, tenacidade pelos direitos. O Estado tem que respeitar isso”.

Governo Wilson Lima

“O Amazonas é o maior estado do Brasil. Temos enormes problemas Tudo é muito oneroso  pela distância. Tudo demanda mais tempo e recurso. Toda vez que tem problema na economia, por depender da Zona Franca, o Estado sofre. O governo também recebeu muitas pendências. É natural que tenha problemas. Agora, tem que conduzir ouvindo mais a sociedade. Segmentos, funcionários, varias entidades que querem contribuir”

“A segunda coisa é transparência. Se o dinheiro é pouco você tem que ter mecanismo para dar conhecimento à sociedade. Contratos abertos. Acho que isso está faltando ainda. Temos na área da saúde muitos contratos. Quanto mais aberto ficar, para saber exatamente o que está gastando, se não está gastando a mais. Porque continuam os problemas. É uma questão que vem de muito tempo, mas precisa ser enfrentada”.

Suframa

“Suframa precisa de um dinamismo. Até hoje o CAS (Conselho de Administração da Suframa) não se reuniu. E tem muitas empresas com projetos definidos, precisam ser aprovados para as empresas se instalarem e ampliarem”.

“O governo federal está perdido, sem projeto para o Brasil, sem articulação política. Sem medida para ativar economia. O setor empresarial está com o pé atrás. No momento, a coisa é instável. Tanto que as avaliações no exterior, o Brasil caiu muito na lista dos países prioritários para investimento. No governo Temer, caiu para 25 e agora foi para fora da lista”.

Reforma da Previdência

“Sou 100% contrario a esse projeto. Não tem um item que ajude a melhorar a vida das pessoas. Todos os itens estão relacionados a trabalhador trabalhar mais tempo. Pior: tira direitos históricos. Todas as mulheres são prejudicadas com esse projeto da reforma. Todas. Não escapa nem funcionária pública, nem iniciativa privada, nem profissional autônoma”.

“Tira uma coisa que é consagrada no mundo. O fato da mulher ter uma jornada a mais de trabalho em casa, filhos. Isso é compensado em ela poder se aposentar num tempo menor que os homens”.

Eleições 2020

“No caso das eleições do ano que vem, o partido só vai discutir isso, no ano que vem. Esse ano, vamos ter eleições internas”

“Paralelo a isso, o partido vai continuar fazendo seminários abertos, debates com a sociedade paras pensar o Brasil, o estado e também o município”.

“Politicas de saneamento são urgentes. Temos que pensar a cidade. A água e o esgoto. Temos lei de resíduos sólidos. Está na hora de ter coleta seletiva na cidade. Tudo isso vamos discutir”

“O PT vai lançar candidato a prefeito, claro. Meu nome está sendo bem lembrado”.

“Eu acredito que quase todos os partidos maiores vão lançar candidato a prefeito. Porque não tem aliança proporcional. Cada partido se quiser vereador, vai ter que lançar sua chapa. Da minha parte, este ano cuido do mandato de deputado federal”.

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Foto: Divulgação José Ricardo