
O senador e presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD), afirmou que o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (PSDB) cumpre no Amazonas papel favorável ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) ao afirmar que o tucano o ataca. Omar chamou Virgílio de “oportunista” e citou as condolências que ele prestou ao cantor Roberto Carlos sobre a perda do filho ao mesmo tempo que ignorou a prestação de solidariedade à mãe do engenheiro Flávio Rodrigues.
“Não vejo as declarações do Arthur contra o Bolsonaro, vejo contra mim e eu estou combatendo Bolsonaro. Eu vejo ele com muita ânsia em me agredir. Eu acho que ele faz um papel aqui muito mais pró que contra Bolsonaro. Ontem, ele fez um post dizendo sobre a dor de perder um filho e se solidarizando com Roberto Carlos. Eu também me solidarizo. Só não vi ele fazer este post para a mãe do Flávio. É muito fácil o oportunismo dizer olha vou fazer isso porque é o Roberto Carlos e todo mundo vai ver minha solidariedade. O Arthur tinha que ter feito isso para a mãe do Flávio que dependia do filho para viver, para comer”, declarou o senador.
Omar afirmou que Arthur não tem condições públicas de disparar acusações contra ele.
“Essa hipocrisia que ele faz, de achar que pode jogar pedra. É uma vidraça. Ele tem telhado, parede e tudo de vidro. Ele tinha que ter feito isso lá atrás, quando acusou o engenheiro Flávio de ser traficante ao invés de solidarizar com a mãe que tinha perdido o filho”, afirmou Omar.
A resposta do senador ocorreu após ser questionado sobre a possibilidade de reunir partidos e políticos do Amazonas do campo progressista e que são contrários aos ataques que o presidente da República faz às instituições democráticas.
O senador fez as declarações durante entrevista exclusiva BandNews Difusora na manhã desta sexta-feira, dia 10. Na entrevista, Omar disse não ter medo de perder eleição, falou sobre o fim e os resultados da CPI, sobre a responsabilização de autoridades federais e estaduais sobre o colapso do sistema de saúde e a morte de pacientes por falta de oxigênio no estado. O senador também defendeu a abertura da análise do pedido de impeachment contra Bolsonaro. Veja no site da BandNews.
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Outro lado
A reportagem pediu resposta ao advogado de Arthur Virgílio, mas não obteve até o fechamento desta matéria.
Relembre Caso Flávio
Flávio foi assassinado no dia 29 de setembro de 2019 após participar de uma festa regada a álcool e cocaína na casa de Alejandro Valeiko, enteado do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB). No inquérito, a Polícia Civil diz que Flávio foi vítima de “morte violenta”, praticada de forma “dolosa, premeditada e por meio de tortura”. Além de Alejandro, foram indiciados no crime a outra enteada do prefeito Paola Valeiko, um funcionário da segurança do prefeito, Elizeu da Paz; e o lutador de MMA e amigo de Elizeu, Mayc Parede.
Arthur Virgílio postou na madrugada do dia 1º de outubro a primeira versão para o homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues, quando a Polícia Civil ainda iniciava a investigação do caso. Arthur disse que homens encapuzados ligados ao tráfico de drogas invadiram o condomínio e a casa de Alejandro Valeiko para cobrar dívida de Flávio Rodrigues e o levaram do local. A partir da versão que apresentou, Arthur pediu fim das suspeita em relação ao enteado.
O funcionário da segurança do prefeito disse, em depoimento, que sua função era manter uma espécie de vigilância sobre o enteado do prefeito. Sem dar detalhes, o funcionário da segurança do ex-prefeito, na ocasião do crime, disse que foi a casa do enteado de Arthur dar um susto porque “quando um pai ou uma mãe” tem um filho nesta condição “tem a intenção de corrigí-lo”. Afirmou também, no depoimento, ‘achar” que foi este sentimento dele naquele momento, “de tanto que gostava de Alejandro”.
As investigações da Polícia Civil e a denúncia do MP-AM ignoraram a apuração da responsabilidade do poder público diante do fato que havia na cena do crime um funcionário da segurança do prefeito, pago com dinheiro público, e um carro da prefeitura foi usado para tentar ocultar o cadáver. A informação foi publicada em matéria do site UOL em 10 de setembro de 2020.
Quatro dias depois, a imprensa registrou que o MP-AM havia decidido abrir um procedimento preparatório para apurar se houve ato de improbidade administrativa praticado pelo Prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, e outros servidor no homicídio.
O caso está em julgamento no Tribunal do Júri, na fase de ouvir denunciados e testemunhas.