
José Alcimar de Oliveira *
O exemplo de Paulo Henrique Amorim, um jornalista que construiu sua profissão com as letras da dignidade, do compromisso com a justiça, nos indica que a vida verdadeira e a busca pela verdade é o caminho de quem não vendeu a alma ao poder, a nenhuma forma de poder, econômico, político, religioso.
Hoje, no Brasil, está cada vez mais desinibido o poder do mal, da mentira, da intolerância.
Se a extrema direita, que engoliu a direita dita democrática, está hoje tão desinibida – e me lembro que alguns anos atrás o grande Chico de Oliveira já nos havia avisado sobre isso – é porque nós de algum modo nos inibimos e recuamos, permitindo a naturalização da barbárie e, para usar a clássica expressão de Hannah Arendt, nos acostumando à banalidade do mal.
Uma forma de restaurar a racionalidade ou o que é razoável é nomear as coisas com seus nomes próprios, dizer, com a coragem e a transparência da criança, que o rei está nu.
*Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Amazonas e filho dos rios Solimões e Jaguaribe
Foto: Reprodução/RecordTV Via Site Conversa Afiada