Pós-COP 26: contagem regressiva para o colapso do clima versus compromissos e frustrações do evento

O Exclusiva desta semana voltou a abordar a 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 26. Após quase duas semanas, a conferência foi concluída no último final de semana com um acordo feito entre líderes de quase 200 nações para tentar limitar o aquecimento global a 1,5 graus célcius.

Esse acordo é avaliado por especialistas como uma vitória diante dos compromissos das grandes nações para combater a degradação do planeta. Mas há quem avalie as metas alcançadas como tímidas, o que faria da conferencia um fracasso.

A COP26 também foi marcada por grande participação de lideranças de povos indígenas e por manifestações de ativistas. Esses classificam o encontro de farsa.

Para entender melhor os resultados da COP26, o Exclusiva entrevistou o coordenador de comunicação do Observatório do Clima e jornalista Claudio Ângelo e a ativista e líder indígena Alessandra Munduruku, que esteve na conferência. Ouça no link. Ou acompanhe pelo canal da BandNews no Youtube, no final desta matéria.

“A única coisa que se pode esperar do Brasil nesta agenda do clima e em todas as outras, na agenda econômica, direitos humanos, educação, relações exteriores é trocar o governo. Porque nada que o Brasil se comprometeu a fazer, nenhum papel que o Brasil assinou nessa COP, este governo tem intenção de implementar. Porque, se tivesse, alguma boa fé em relação ao principal problema de emissão que é o desmatamento, o governo teria publicado, por exemplo, os dados do Prodes. Os dados estão prontos e não há motivos para não serem divulgados. Se cresceram, como eu acredito, o governo que de fato tem intenção de enfrentar o problema, ele assume o dado ruim e diz que está tomando providência. Mas a gente não viu uma providência tomada por este governo, em relação ao desmatamento, que não seja desmontar todas as instituições que controlam desmatamento”. Cláudio Ângelo, Observatório do Clima

“Levar nossas vozes na COP incomodou porque o governo (federal) estava lá dizendo que eles respeitam a Amazônia, que estão lá preservando, que estão sempre tirando foto com os índios. Mas não é isso que acontece no nosso território, não. Não é chegar no Congresso e aprovar a própria morte dos indígenas que você triou a foto”. Alessandra Korap Munduruku

“Já chega de decidirem por nós. Nós temos nossa própria decisão. E nossa decisão é respeitar (os indígenas), demarcar e retirar os invasores do território indígena”. Alessandra Korap Munduruku

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