
Onze anos após a Operação Vorax da Polícia Federal quer fez do ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro, um dos nomes mais conhecidos do País e relacionado à corrupção e exploração sexual de meninas, o MP-AM (Ministério Público do Amazonas) deflagra operação Patrinus e coloca a Prefeitura de Coari e a família Pinheiro novamente no foco de investigação por desvio de dinheiro público.
O MP-AM deflagrou na manhã desta quinta-feira, dia 26, a operação Patrinus do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra o prefeito da cidade, Adail Filho, filho do ex-prefeito Adail Pinheiro (PP), secretários Municipais, vereadores, empresários de Coari e a deputada estadual Mayara Pinheiro (PP).
De acordo com o MP-AM, há um mandado de prisão contra o prefeito de Coari, Adail Filho. A informação é que ele não foi encontrado. A irmã dele, a deputada estadual Mayara Pinheiro, é alvo de mandados de busca e apreensão.
Os dois irmãos foram eleitos como prefeito e vice em 2016. Mayara renunciou, em 2018, para assumir o cargo de deputada estadual. Ela foi a mais votada do pleito.
De acordo com o MP-AM “todos envolvidos supostamente num esquema criminoso operado em forma de organização criminosa, criada para fraudar licitações, lavar dinheiro e corromper a estrutura de poder do município”.
A investigação envolve um período de 18 meses entre 2017 e 2018. O MP-AM estima que o “esquema criminoso tenha movimentado aproximadamente R$ 100.000.000,00” por meio de “fraudes à licitações, dispensas indevidas de licitações, contratos superfaturados, dos quais serão aferidos os valores efetivamente desviados”
Mensalinhos para vereadores
O MP-AM investiga, ainda, oferecimento “periódico de vantagens indevidas a vereadores da Câmara Municipal de Coari com o propósito de formar um grupo parlamentar majoritário, de caráter permanente, para aprovação de projetos de lei e outras proposições legislativas de interesse do Chefe do Poder Executivo”.
Mandados
Ainda segundo o MP-AM, a justiça estadual expediu 04 mandados de prisão temporária e 70 Mandados de Busca Pessoal e de Busca e Apreensão. Os mandados foram cumpridos nas residências dos investigados, órgãos públicos e em sedes de empresas, em Manaus e Coari.
Em Manaus, a Polícia Civil cumpriu esteve no condomínio em que o prefeito de Coari tem uma casa em Manaus. A informação é que ele não foi encontrado.
Efetivo
A operação, segundo o MP-AM, contou quatro promotores, 160 policiais, quatro técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU).
Nome da operação
O nome da operação, segundo o MP-AM, foi escolhido “porque as contratações e os pagamentos da prefeitura municipal de Coari eram realizados mediante o auxílio de amigos influentes do chefe do Poder Executivo municipal”. Patrinus significa padrinho.
Operação Vorax
O ex-prefeito Adail Pinheiro foi denunciado, em 2010, pelo MPF juntamente com 28 pessoas. A Operação Vorax apontaram as mesmas como parte de um esquema de fraude em licitações na Prefeitura Municipal de Coari e desvio de recursos públicos de convênios federais e de royalties pagos pela Petrobras, em decorrência da exploração de gás e petróleo no município.
Durante a realização da operação Vorax, em 2008, a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão preventiva e apreendeu, entre diversos outros materiais e equipamentos eletrônicos, quase R$ 7 milhões em dinheiro no forro de uma casa localizada em um conjunto habitacional construído pela prefeitura, em Coari, que seriam apenas uma parte dos recursos públicos desviados pelo grupo.
*Com informações das assessorias de comunicação do MP-AM e do MPF
Foto: Deputado estadual Mayara Pinheiro