
A PMM (Prefeitura Municipal de Manaus) contratou por R$ 207.289 mil a construção de uma parada de ônibus no complexo turístico da Ponta Negra. O valor da obra é superior ao preço de um apartamento de classe média de três quartos com suíte na Zona Norte da cidade, com condomínio e áreas de lazer.
O DOM (Diário Oficial do Município) do dia 27 de maio informa que o Implurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano) contratou a empresa WM Construções e Serviços de Manutenção Eireli por R$ 207.289,69 para entregar em 60 dias “as obras e serviços de engenharia necessários à Construção de Parada de Ônibus”, informa o extrato do contrato. Veja no final do texto.
Após ser questionada sobre o valor da parada de ônibus, a Prefeitura de Manaus informou, por meio da Semcom (Secretaria Municipal de Comunicação), que a obra é uma “estação de ônibus de quase 100 metros” na Ponta Negra, um ponto turístico de Manaus.
A Semcom informa que as paradas convencionais medem cerca de 12 metros e são feitas apenas com telhas de barro. A prefeitura não informou o valor das paradas convencionais.
A prefeitura diz que “materiais nobres” e “soluções arquitetônicas especiais” foram usados na obra para bloquear a sensação de calor da cidade.
Segundo a secretaria de comunicação, a estrutura conta com revestimentos em porcelanato, aço inox escovado, madeira, pedra portuguesa e ACM (Alumínio Aplicado) no forro e na cobertura.
A prefeitura informou que dos R$ 207.289 mil, R$ 64 mil são provenientes de custo de obras e que o valor inclui tapumes, placa, entradas de energia elétrica e água provisórias, locação de contêiner e banheiros químicos, além da mão de obra de engenheiro civil, almoxarife, encarregado, entre outros.
“A ideia foi dotar o espaço de uma estrutura única, inexistente em qualquer outro ponto da cidade. E, ao mesmo tempo, proporcionar ao usuário do transporte coletivo, um espaço verdadeiramente confortável”, explicou o diretor-presidente do Implurb, Cláudio Guenka, sobre a parada de ônibus de R$ 207 mil.
Apartamentos
O valor que a prefeitura investe na obra chamada de “estação com quase cem metros” (mais ou menos a distância entre três postes da rede elétrica) com “tapumes, placa, entradas de energia elétrica e água provisórias, locação de contêiner e banheiros químicos”, é superior ao que uma pessoa precisa para comprar um apartamento de classe média na Zona Norte de Manaus.
Há unidades de 71 m² de área privativa na Torquato Tapajós com três quartos, sendo uma suíte, além de áreas de lazer, por R$ 180 mil. Mas é possível encontrar moradias em condomínios fechados, com estrutura coletiva de lazer, por R$ 157 mil e R$ 162 mil na mesma zona.
Muitos pontos de ônibus da periferia de Manaus não têm cobertura. Mas este não é o único problema dos usuários do transporte coletivo. Demora e quebra de ônibus estão entre as dores de cabeça diárias de quem precisa do transporte público em Manaus.
Veja o contrato publicado no DOM, no dia 27 de maio:


Foto: Prefeitura de Manaus – Divulgação