Foto: Rosiene Carvalho
*Por Ivânia Vieira
O Jornalismo tem uma razão de ser. As mudanças ocorridas na sociedade, as criações e os avanços tecnológicos, a era digital, impactaram o fazer jornalístico, derrubaram plataformas de trabalho e inauguraram outras; jornais foram fechados, outros adaptaram-se à nova realidade em permanente alteração.
O Jornalismo permanece com a tarefa que o caracteriza e o difere de tantos outros campos profissionais.
A nós, jornalistas, cabe ser jornalistas. No que implica a frase? No exercício diário da pergunta pessoal “a qual senhor servimos hoje?”, “a qual causa atendi?”
Pede reflexão crítica o vasto material divulgado, em nome do jornalismo, sobre o episódio ‘medidas restritivas’, determinadas pelo governador do Amazonas em função do avanço de casos de Covid-19 no Estado, e no ato seguinte, a flexibilização após protestos ocorridos na cidade. O que foi feito pode ser chamado de relato jornalístico?
Para a área de pesquisa, o tema vale trabalhos de conclusão de curso em jornalismo, dissertações e teses. E tomara estudantes se animem em seguir a trilha cientifica que resultará na produção de conhecimentos sobre prática jornalística, assessoria de comunicação, saúde pública, ética e responsabilidade social, entre outros focos.
São narrativas que ficarão à disposição de jornalistas, das instituições e da sociedade e irão compor o quadro de percepção da atividade jornalística no Amazonas.
Entre o tempo do anúncio das medidas governamentais, e não de notícias, à publicação das medidas e, em seguida, as postagens sobre a dissolução do pacote de medidas, o que menos se fez foi jornalismo.
É perceptível nesse jogo a ação da pressa – na pior concepção do termo – em ser o primeiro e, ao mesmo tempo, constatar a repetição na superfície da não-notícia.
A vigência do pacote de medidas e o conhecimento das medidas em si mobilizaram a atenção pública, setores de serviço, de segmentos empresariais e a informalidade.
O jornalismo nesse momento estava diante de uma responsabilidade singular que o marca: oferecer elementos para ajudar no esclarecimento sobre o que estava sendo proposto. Ao atropelar processos, gerou mais confusão e desentendimento.
O cuidado no uso das expressões selecionadas para a produção do texto jornalístico deixou de ser observado e, se a palavra tem forma, cheiro, humor, cor, pede atenção no ato de escolha.
Quando o assessorismo substitui a assessoria de comunicação e o jornalismo profissionais todos saem perdendo, inclusive aqueles que pensam ter sido vitoriosos ao elegerem a pressa e a superfície como tática de trabalho etiquetado de jornalismo.
Mais grave é o prejuízo da população mais vulnerável que tem na atividade jornalística um dos instrumentos de credibilidade. Lança-lo à lama das atitudes apequenadas é atuar para a fragilização da prática jornalística e a prevalência de interesses mais restritos na regência do jornalismo.
*Ivânia Vieira é jornalista, professora da Faculdade de Informação e Comunicação da Ufam, doutora em Comunicação, co-fundadora do Fórum de Mulheres Afroameríndias e Caribenhas e do Movimento de Mulheres Solidárias do Amazonas (Musas) e articulista do jornal A Crítica.
* O artigo de Ivânia Vieira foi publicado no jornal A Crítica desta quarta-feira, dia 4.
Show. Muito bem colocado a importância do Jornalismo, de fato, exercido por quem tem profissionalismo. Perfeito, linguagem clara e precisa. Particularidade de quem realmente tem potencial para escrever e fazer com que o artigo chame a atenção dos leitores e seja lido e avaliado por quem aprecia um excelente artigo . Te acompanho ao longo desses anos, com os Editoriais escritos por ti no Jornal A Crítica
Dona de uma escrita coerente, de fácil entendimento, sem ser corriqueira ou vulgar, só posso te desejar que continue nessa sua tão festejada e competente trajetória, em nos brindar com temas de artigos tão atuais como providenciais, de relevância inigualável. Continuo e espero por mais textos belíssimos como esse que acabei de ler. Sensacional. Nós, amazonenses, estamos de parabéns por termos a felicidade de conviver ecler diariamente seus artigos. Que nesse ano que está findando de 2020, um ano fatídico para toda a humanidade, no qual milhares de vidas humanas foram ceifadas de forma brutal, nós, talvez, tenhamos recebido um aviso de Deus que precisamos mudar tudo. Empatia, solidariedade, ter mais paciência e complacência com o próximo, deixar de lado as diferenças que temos entre nós, lermos e estudarmos mais, dar enfoque e foco do que queremos ser e até aonde podemos chegar sem atropelar terceiros, dar mais atenção à nossa família e amigos, cuidar dos menos favorecidos, dos doentes, dos abandonados, dos menores e idosos, dar importância a quem tem e merece, tentar reconhecer nossas falhas para que possamos melhorar como ser humano e cidadão, aprender a respeitar as leis e as autoridades, sem deixar de fazer criticas construtivas quando for o caso, aprender a gostar de nossa cidade e de nosso Estado e defende-lo sempre quando for necessário, aprender a amar e ser patriota, gostar de viver, defender e amar o nosso tão sofrido, porém, glorioso, altivo, rico e lindo. Assim, minha competente e inteligente jornalista, me despeço, com o sentimento da gratidão encravada no meu peito, na certeza de que Deus nos alertou e que melhores dias virão. Precisamos de ter fé, rezar ou orar e continuar suplicando que nos proteja. Que venha o Ano de 2021, nos trazendo alegrias, boas amizades, oportunidades de trabalho, muita saúde, proteção permanente para os nossos heróis médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, enfim, todas aquelas pessoas que compõem a área da saúde tenham a proteção divina em suas vidas . Não esqueçamos, que nascemos, crescemos, vivemos e morreremos. A morte não é o fim. É o início de uma outra vida e ou etapa que desconhecemos. Não devemos ter medo. Vamos aceitar a morte como um ciclobque veio com prazo de validade certo e o nosso encontro com o desconhecido após a morte, deve ser uma dádiva de Deus! Uma grata surpresa! Eu creio, porque tenho uma fé em Cristo inabalável. Um grande e afetuoso abraço braco
Genteeeee! Estou abismada! Até que enfim, uma jornalista à favor da verdade! Sem amarras… PARABÉNS e obrigada!
Feliz 2️⃣0️⃣2️⃣1️⃣!