
Embate entre Amazon (Associação dos Magistrados do Amazonas) e o TJ-AM (Tribunal de Justiça do Amazonas) sobre a questão previdenciária dos aposentados mostra um racha no grupo interno que se manteve unido durante a gestão do ex-presidente do judiciário do Amazonas, Flávio Pascarelli.
Ao comentar a decisão liminar (temporária) do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que suspendeu a migração dos magistrados amazonenses para o Amazonprev (Fundo Previdenciário do Estado do Amazonas), o presidente da Amazon, juiz Cássio Borges, criticou o presidente do TJ-AM, Yêdo Simões.
Em comparação
“A associação não queria ter ido ao CNJ contra uma decisão do TJ-AM. Mas a decisão foi tomada à revelia da associação e dos principais interessados (…) As gestões anteriores, quero destacar, do presidente Pascarelli e da presidente Graça Figueiredo, sempre prestigiaram a Amazon e a Amazon sempre teve assento nestas discussões. Infelizmente, esta fez diferente”, disse o juiz Cássio Borges.
“Atitude atabalhoada” é atribuída ao presidente do TJ-AM
O presidente da Amazon chamou o ato do presidente do TJ-AM -AM, Yêdo Simões, de “atabalhoada”. A Amazon aponta contestações com base na Constituição Federal sobre a migração dos aposentados do judiciário para o Amazonprev por “ferir a autonomia dos tribunais”.
“A gente não comemora, não. A gente lamenta ter tido que ir ao CNJ para que o CNJ correicionasse uma atitude, eu diria, no mínimo, atabalhoada da atual presidência do TJ-AM”
Tanto a eleição de Cássio Borges para a Amazon quanto a do desembargador Yêdo Simões para o TJ-AM receberam apoio do ex-presidente do TJ-AM, Pascarelli.
Amazon, candidatos e apoios
A eleição para a direção da Amazon deve ocorrer no dia 5 de julho e os candidatos à função são: a juíza Rebeca de Mendonça Lima, do Juizado da Infância e Juventude, e o juiz Luiz Márcio Nascimento Albuquerque, que é juiz auxiliar da presidência do TJ-AM.
Magistrados comentam que a juíza Rebecca Mendonça conta com o apoio do atual presidente da Amazon e o juiz Luiz Márcio de desembargadores do TJ-AM, incluindo o presidente.
Independência
No final do áudio distribuído à mídia na sexta-feira, o juiz defende que a associação se mantenha independente do tribunal.
“A associação não pode ser uma extensão do tribunal exatamente porque é necessário que a associação intervenha na defesa de um ou um conjunto de associados, como ocorreu agora”, declarou o presidente da Amazon.
O TJ-AM foi procurado para se posicionar sobre o assunto, mas não enviou resposta.
Foto: Assessoria de comunicação do TJ-AM
Ouça o podcast da Coluna de Política da Rádio Band News Difusora desta terça-feira, dia 4. De segunda à sexta, às 8h20.
Isso aí não passa de jogada ensaiada entre a presidência e a Amazon.