
Os vereadores Bessa e Marcelo Serafim exigiram a exoneração do policial Elizeu da Paz, preso pela polícia civil e apontado como suspeito de participação e autoria pelo homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues no mandado de prisão expedido na semana passada a pedido do delegado do 19º DIP, Aldeney Goes.
“Ele (Elizeu da Paz) esteve na cena do crime. É constrangedor ver ele nomeado”, disse Marcelo Serafim.
O vereador Chico Preto questionou porque a Casa Militar foi chamada para a cena do crime antes da polícia.
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“Por que Casa Militar foi chamada antes, se havia consciência que ali ocorreu um crime? É digno que o prefeito tenha uma segurança? É. Está na lei? Está. Mas essa segurança particular do prefeito não pode interferir na cena do crime, dando a entender que a estrutura da prefeitura foi utilizada para criar obstáculos à apuração da verdade”, disse.
Chico Preto destacou que homens que trabalham na Guarda Militar são servidores pautados pela disciplina e hierarquia.
“São homens forjados na disciplina e hierarquia. Eles não saem do lugar que você deixa essas pessoas para ir na esquina comprar pão, sem ordem. Não saem do seu lugar sem uma ordem. A pergunta que quero fazer: quem deu a ordem? Quem tinha ciência para que essa estrutura estivesse lá antes da polícia? É isso que a Prefeitura de Manaus deve apresentar”.
Chico Preto disse que dar ordem é crime de responsabilidade, além de outros crimes penais. “Mas, ter ciência e se omitir na guarda e proteção dos bens da prefeitura também é crime capitulado na Lei Orgânica do Município. O parlamento precisa saber quem tinha ciência sobre o uso da estrutura da prefeitura e quem tendo ciência não fez nada para impedir. Porque tinha verdadeiramente um objetivo: buscar encobrir a verdade dos fatos”.
Caso Flávio Rodrigues
Flávio foi encontrado morto num terreno no bairro Tarumã, com marca de seis facadas na costas, perna e barriga, horas após se reunir no domingo, dia 29, com outros homens na casa de Alejandro Valeiko. A casa de Alejandro foi o último local que Flávio foi visto vivo antes do homicídio.
O desembargador José Hamilton Saraiva dos Santos afirmou, na decisão que determinou prisão temporária de 30 dias para Valeiko nesta segunda-feira, dia 7, que “fatos concretos evidenciam” participação dele no assassinato do engenheiro.
Elizeu da Paz foi considerado pelo delegado do 19º Dip (Distrito Integrado de Polícia), Aldeney Goes Alves, que iniciou as investigações e fez os pedidos de prisão, como suspeito de “autoria ou participação” no homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues e que pode ter usado veículo do executivo municipal no crime.
Elizeu é policial militar lotado na Casa Militar da Prefeitura de Manaus. A defesa de Elizeu nega a acusação.
Foto: CMM – Divulgação