
O Estado do Amazonas registrou 2,13% de queda na receita tributária em abril e 19,99% em maio. Ou seja, a arrecadação de impostos que sustenta o funcionamento da máquina pública e o repasse a outros poderes teve queda em dois meses seguidos e um impacto de quase 20% em maio.
A queda da receita tributária, o impacto dela na administração e nas relações com outros poderes e o trâmite de um pedido de impeachment na ALE-AM dão indícios do início de um bola de neve que fez o governo retomar atividades comerciais.
A retomada uniu ciência e religião contra o governo. O planejamento de Wilson Lima ocorreu em meio às críticas da comunidade científica no Amazonas e da Igreja Católica, em função da falta de controle sobre os dados de infectados no estado.
Arrecadação aumentou
No entanto, de acordo com o tributarista e deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), o diabo não é tão feio quanto se pinta. Antes da queda da receita tributária em abril e maio, esta mesma receita teve superávit em relação aos três meses do ano.
Em janeiro, o estado arrecadou 18,90% a mais em impostos, que no mesmo período do ano passado. Em fevereiro, a arrecadação foi 7,52% a mais que o mesmo mês de 2019 e, em março, a arrecadação de impostos representou aumento de 16,41% aos cofres do estado.

De acordo com Serafim Corrêa, o colchão de dinheiro do Amazonas no período pré-pandemia, além do aumento na arrecadação de impostos no estado, inclui os fundos de participação e as transferências do governo federal, como, por exemplo, o Fundeb.
“Considerando a arrecadação total, aumentou em abril também. O Amazonas aumentou, em relação a arrecadação total, R$ 456 milhões nos primeiros meses do ano. Portanto, o problema do Amazonas não é dinheiro. É falta de gestão”, declarou o deputado.
Serafim afirmou que o estado não dá transparência, mas tem R$ 4 bilhões em caixa para investimento. Para ele, a queda na arrecadação da receita tributária em abril e maio cai em cima de colchão de dinheiro acumulado nos primeiros meses do ano.
“Nenhum estado do Brasil tem 4 bilhões em Caixa. A situação financeira do Amazonas não é ruim”, avaliou.