
A deputada estadual e líder do governo Joana Darc (PR) afirmou que o deputado Roberto Cidade (PV) foi às compras durante o processo de articulação de sua candidatura à presidência da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas) e que o voto dos deputados teria custado R$ 200 mil, cada.
A deputada também acusou o parlamentar de tratar com o governador Wilson Lima (PSC) de “contrato milionário” envolvendo dinheiro público e a empresa da família de Cidade. O deputado era da base governista até a reviravolta que o elegeu presidente da ALE-AM com apoio da oposição.
As declarações da líder do Governo Wilson Lima foram feitas nesta quinta-feira, dia 3, durante sessão plenária. Roberto Cidade foi eleito o novo presidente da ALE-AM com 16 votos, enquanto a chapa governista recebeu oito votos. No total, a assembleia tem 24 deputados.
“Compra de votos”
Sobre a compra de votos na ALE-AM, Joana Darc não deixou claro se Roberto Cidade estava atrás de comprar votos antes ou depois de romper com o governo. Em vários momentos da sessão desta quinta, Joana Darc e a deputada Alessandra Campêlo (MDB) afirmaram que Cidade correu atrpás do apoio do Wilson Lima. Ao ser preterido, se aliou à oposição e derrotou o governador.
“O deputado Roberto Cidade tramou todos os dias. O deputado Roberto Cidade fez compromisso de confiança com o governador Wilson Lima. O deputado Roberto Cidade foi atrás de comprar votos dos colegas deputados estaduais. E eu digo o valor, porque ele não chegou a falar comigo, mas aqui todo mundo fica sabendo das coisas: o voto era R$ 200 mil”.
Ao fazer esta acusação, Joana Darc foi contestada pelos deputados de oposição Dermilson Chagas e Wilker Barreto, ambos do Podemos. Os dois exigiram provas.
“Não tenho que dar provas, eu tenho imunidade parlamentar”, respondeu Joana. Wilker, respondeu: “Aqui tem Comissão de Ética”.
Joana Darc retrucou e disse ao parlamentar que a deixasse falar e que depois ela responderia pelos atos.
A líder do Governo Wilson Lima disse ainda que a máscara de Roberto Cidade havia caído e que, a partir deste momento, ia “poder todos os dias da vida” dela investigar o contrato milionário do ex-colega de base governista com o estado.
“Estou feliz de saber que sua máscara, Roberto Cidade, caiu. Estou feliz de saber que eu vou poder todos os dias de minha vida investigar o seu contrato milionário”, disse Joana na sessão desta quinta.
Joana também afirmou que o ex-aliado de Wilson Lima, antes da reviravolta, tratava na sede do governo “apenas” de interesses próprios e milionários. Para isso, “vivia” atrás do governador.
“Eu quero dizer que é muito triste ver que uma pessoa que vive na sede do governo, vive atrás do governador que apenas defende os seus próprios interesses milionários dentro do estado. É uma pessoa que não aceitou seu nome (rejeitado) porque queria ser presidente e graças a Deus eu nunca dei meu apoio, não nego”, disse.
Roberto Cidade, durante a sessão, demonstrou nervosismo, mas não respondeu a nenhuma das acusações. Também não fez o tradicional discurso dos candidatos antes da votação.
Após a sessão, confirmou, em entrevista ao blog, que possui contratos com o governo e que, se o governador quiser cortar, pode fazê-lo. O presidente eleito da ALE-AM disse, ainda, que a eleição da assembleia é decisão dos deputados e que estes, por maioria, escolheram a ele para presidir o parlamento.