“Não determinei compra. Não lido com empresários. Se alguém cometeu crime, que responda”

Foto: Edmar Barros

O governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima (PSC), declarou, durante coletiva nesta terça-feira, dia 27, que não partiu dele o comando para a compra superfaturada e com fraude de 28 respiradores na Susam (Secretaria de Estado de Saúde) durante o pico da pandemia. Wilson Lima afirmou, ainda, que quem cometeu crime “que responda” por isso.

“Eu não determinei que houvesse compra de A, de B ou de C. Estou muito tranquilo com relação a isso. Estou à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários com relação a este caso”, declarou o governador.

Wilson Lima foi questionado pelo blog see recebeu o empresário Gutemberg Alencar na sede do governo em março, como o próprio declarou à PF, e se determinou que o então secretário de Saúde, Rodrigo Tobias, comprasse a partir do comando do ex-militar os respiradores.

Wilson Lima negou, afirmando que sua única determinação a Tobias foi “salvar vidas”.

“Eu determinei que tivesse todo o empenho da Secretaria de Saúde para salvar vidas, eu não entendo de equipamentos, eu não sei a referencia dos equipamentos. Não lido com empresários porque essa é uma questão técnica.

Alecar é apontado por depoimentos, pela PF (Polícia Federal) e pela PGR (Procuradoria Geral da República) como o operador da irregularidade e que o ex-militar teria atuado me nome do governador.

O ex-militar, Rodrigo Tobias, a ex-gerente de Compras da Susam, Alcineide Figueiredo, e o vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida, declararam em depoimentos á PF que um reunião foi realizada para que se tratassem de compra de respiradores com Alencar. Cada depoimento, traz detalhes diferentes sobre o encontro.

Ainda durante a coletiva desta terça-feira, Wilson foi questionado pelo blog porque todas essas pessoas acusavam a ele de comandar o esquema e respondeu:

“Estou muito tranquilo em relação a isso. Estou á disposição para prestar todos os depoimentos necessários. Eu não trato com empresários. Não trato de compras. Se alguém cometeu algum tipo de crime, que responda por isso”, declarou o governador.

O ex-secretário da Susam diz que fez o contato com Alencar por determinação de Wilson Lima, o que também disse Alcineide Figueiredo e Carlos Almeida. Alencar disse que Wilson não determinou nenhuma irregularidade e que ele só participou porque queria ajudar o Amazonas e por uma questão humanitária.

A PF identificou ainda áudios trocados entre os secretários da cúpula da Susam. Entre os quais, num deles, no período da compra dos respiradores, Tobias determina que, por indicação do governador, todos os respiradores sejam comprados por meio do empresário indicado por Wilson Lima.

Não determinei compra. Não lido com empresários. Se alguém cometeu crime, que responda” Governador do AM respondeu sobre a investigação da PF em seu governo na coletiva desta terça-feira, dia 27

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Sangria

De acordo com a PGR (Procuradoria Geral da República), o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) e o vice-governador Carlos Almeida Filho, são suspeitos de terem conhecimento e autorizarem desvios de dinheiro público na saúde durante a pandemia do novo coronavírus.

Para a PGR, uma organização criminosa se instalou no Amazonas para obter lucro, no período de calamidade. Wilson Lima e Carlos Almeida negam participação em irregularidade.

Na primeira fase, Wilson Lima teve sua casa e gabinete revistados pela PF. Carlos foi alvo na segunda e, ao ser ouvido na PF, implicou o governador nas suspeitas de irregularidade.