Silêncio no governo sobre 13º gera dúvidas sobre pagamento

A 8 dias para o final do mês em que o 13º salário dos servidores públicos do Estado é adiantado, o Governo do Amazonas ainda não bateu o martelo sobre o percentual e nem voltou a confirmar que pagamento ocorrerá.

O secretário da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), Alex Del Giglio, afirmou que até esta terça-feira, dia 23 o Governo do Amazonas não tem informação fechada sobre o pagamento do adiantamento do 13º.

“Ainda não fechamos esta questão”, afirmou o secretário.

Caixa do benefício foi gasto

O Executivo, todos os anos, faz caixa mês a mês do 13º, tanto no adiantamento em julho como na conclusão do pagamento do benefício no final do ano.

A medida é uma forma de garantir o 13º sem que o mesmo provoque um rombo ou peso a mais em apenas um mês do exercício fiscal. O adiantamento sempre ajuda a movimentar a economia no meio do ano.

Todas as vezes é adiantado 50% em julho, a exceção foi em 2016 no Governo Melo quando 30% foi pago em função de uma crise financeira que apertou o orçamento do Estado.

Alex Del Giglio afirmou que o caixa para garantir o 13º foi feito no Governo Wilson Lima como em outros anos, mas o Executivo teve que usar valores para garantir pagamentos da folha do Estado.

“Foi provisionado, mas em função da insuficiência de folha teve que ser utilizado. Porque a folha não fecha. A gestão anterior foi criminosa, neste sentido. Temos gastos maiores do que estava previsto em orçamento”, declarou.

Governador garantiu que adiantaria

Até metade do mês passado havia dúvida entre os funcionários se o adiantamento ocorreria. A Prefeitura de Manaus pagou o benefício em junho.

O ânimo das servidores sobre o assunto mudou quando governador Wilson Lima (PSC) anunciou que pagaria o benefício. O anúncio foi feito em Manacapuru, um dia após um técnico da Sefaz declarar que havia riscos de não pagamentos de salários a partir de outubro na ALE-AM.

“Já estou pagando no próximo mês a primeira parcela do 13º [salário]. Estamos trabalhando para pagar a segunda em novembro”, declarou o governador Wilson Lima no dia 14 de junho.

A declaração foi feita em Manacapuru no dia do evento de início de pagamento da subvenção econômica aos produtores de juta e malva.

Silêncio e preocupações

De lá para cá, nenhuma informação a mais foi tratada oficialmente sobre a questão. Mas muitos servidores criaram expectativas e dívidas com base na palavra do governador.

No governo, há uma avaliação de que a lei que congela salários por dois anos deu fôlego ao orçamento, o que garantiria que o benefício fosse pago no percentual de 50% em julho.

Além disso, se avalia que o recurso poderia impactar positivamente entre os servidores públicos após a aprovação da Lei do Teto e melhorar a circulação de dinheiro no comércio, o que também reverte positivamente para o Estado.

Na Sefaz, no entanto, técnicos avaliam que não há caixa para pagar o benefício em julho.

Foto: Governo do Amazonas – divulgação