TSE diz que TRE errou e deve analisar se recebe ou rejeita denúncia contra Arthur

Foto: Arthur Neto - Divulgação

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determinou, por unanimidade de votos, que o TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas) volte a julgar o processo que, anteriormente, absolveu sumariamente o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB).

O prefeito eleito em 2016 foi acusado de crime de falsidade ideológica pelo MPF (Ministério Público Federal). O MPF diz que Arthur apresentou documentos falsos na sua declaração de bens.

O TSE decidiu, por unanimidade, que o TRE teria que aceitar ou não a denúncia e não absolver sumariamente o prefeito.

Como é uma ação penal, o processo não implica em risco de cassação do mandato em curso. Mas prevê, caso haja condenação, inelegibilidade e possibilidade de prisão por até cinco anos.

Para o TSE, a absolvição primária causa prejuízo ao eleitor porque autoriza a outros candidatos a não obrigatoriedade de correção e transparência da declaração de bens nas disputas eleitorais.

Omissão de bens

De acordo com a assessoria de comunicação do TSE, a denúncia apresentada ao TRE-AM pelo MPF (Ministério Público Federal) acusa Athur Virgílio de declarar patrimônio pessoal de cerca de R$ 160 mil, constituído por um imóvel no valor de R$ 36 mil e aplicações bancárias, enquanto seus bens era superiores a esse valor.

De acordo com o MPF, o prefeito omitiu dois apartamentos, no valor aproximado de R$ 1,6 milhão e só no segundo turno, retificou os dados.

Segundo o o ministro e relator do processo, Edson Fachin, Arthur alegava que havia se separado e deixado os bens para a ex-mulher. Além disso, usou o discurso de que tinha poucos bens porque não entrou na política para enriquecer.

“Ao fazer a absolvição primária, o tribunal foi além de rejeitar a denúncia e fez um juízo de certeza sobre as circunstâncias que vão para além da rejeição da denúncia (…) Entendo que a falsidade ideológica não ofende apenas o destinatário do documento. A falsidade viola uma convicção coletiva de que os documentos apresentados como essência a uma finalidade são verídicos e confiáveis”, declarou o ministro Edson Fachin durante a sessão.

Ministra se disse perplexa

O ministro Marco Aurélio disse que houve um benefício a Arthur Virgílio e sugeriu que o TRE-AM voltasse a julgar o caso, no que foi acompanhado pelos demais membros do TSE

“Ele faturou em cima desse fato”, disse Marco Aurélio durante o julgamento.

A presidente do TSE, Rosa Weber, se disse perplexa com a decisão do TRE-AM.

“A mim causa perplexidade o processo e o encaminhamento que recebeu”, declarou.

A ministra também destacou que a decisão não foi unânime. O relator do caso no TRE-AM, o jurista Bartolomeu Junior, votou pelo recebimento da denúncia, na época.

Defesa

O advogado de Arthur, Yuri Dantas Barroso, fez sustentação oral na tribuna e disse que o TSE não acatou os pedidos do MPF, que era de aceitação da denúncia e condenação do tucano.

“O TSE determinou que o processo volte ao TRE-AM e o tribunal decida se aceita ou não a denúncia”, explicou.

Veja os votos dos ministros, no caso, a partir do minuto 28 da sessão desta terça-feira, dia 27, do TSE.

Foto: Arthur Neto – Divulgação

Um comentário
  1. Quem é que ainda gasta algum centavo em favor da credibilidade do TRE?
    Quantos casos mais teremos de candidatos denunciados por prática de crimes eleitorais tocando mandados até o final sem julgamentos?

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