Vaias e isolamento marcam Semana da Pátria do governador do AM

Foto: Divulgação Governo Wilson Lima

Ao contrário de edições anteriores em que os desfiles cívico militar de 5 e 7 setembro eram ignorados pelos chefes do Executivo, este ano, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) prestigiou os dois eventos.

O ponto negativo é que a participação de Wilson Lima nos dois dias colocou em evidência o isolamento, a falta de liga com a base aliada e ausência de um grupo político do governador. As vaias também são indícios de problemas na imagem do governo dele na percepção da população.

Wilson Lima compareceu aos eventos sem a moldura de parlamentares estaduais e federais e até mesmo sem seu secretariado. No dia 5 de setembro, no palanque, ao lado do governador apenas o secretário em exercício da Seduc, Luís Fabian Barbosa, apareceu.

Não é um quadro comum a chefes do Executivo, embora esteja ficando normal nos nove meses de Governo Wilson Lima.

Vaias

Também circulou nas redes sociais, vídeos feitos, nos dois dias de desfile, de vaias que vieram após o anúncio do nome e da presença do governador. Wilson Lima já foi hostilizado em público em outro episódio que ocorreu há cerca de dois meses, na UEA, em meio à aprovação da Lei do Teto, que congelou o salários dos servidores públicos.

Deputados

Muitos deputados se ausentaram de Manaus durante o feriado prolongado. A ALE-AM chegou a antecipar a sessão de quarta-feira, dia 4, para segunda-feira, dia 2, como forma de parlamentares aproveitarem melhor os dias de feriado. Porém, parte deles e os que são contados entre os da base aliada estavam em Manaus e ignoraram a agenda do governador.

União reversa

O governo tem dificuldades de formar e consolidar a base aliada e a articulação com bancada federal do Amazonas, desde o início do ano. Mas, há cerca de uma semana, conseguiu um feito interessante e promoveu uma união dos deputados na ALE-AM. Só que contra o Executivo.

Foi no episódio em que o governo resolveu processar o deputado de oposição Wilker Barreto (PHS) por “sucessivas declarações difamatórias” contra o Estado do Amazonas, nas pessoas do governador Wilson Lima e do ex-secretário de Inteligência, Sandro Sarkis.

Os deputados têm imunidade parlamentar que garantem a eles inviolabilidade nas sua opiniões, palavras e votos.

Os parlamentares desaprovaram a ação e o presidente da ALE-AM, Josué Neto (PSD), e o deputado Serafim Corrêa (PSB), que tem influência na opinião pública e entre os seus pares, desaprovaram a medida e classificaram como tentativa de censura ao exercício parlamentar.

Resultado: a procuradoria da ALE-AM com a solidariedade dos demais deputados e do presidente da Casa atuará na defesa dos dois únicos deputados declaradamente de oposição a Wilson Lima, que crescem e ganham estaque de discurso contrário ao Executivo com a ajuda do próprio governo.