Wilson Lima foi tão criticado quanto Bolsonaro no ato em defesa da Educação

✔ Professores e alunos de unidades particulares de ensino, da UEA, da rede pública estadual e municipal e ex-alunos da Ufam se uniram ao protesto organizado por professores e estudantes da Universidade Federal do Amazonas nesta quarta-feira, dia 15. O ato foi contra a política de cortes do Governo Federal no orçamento das universidades e ocorreu em várias cidades do País, incluindo o interior do Amazonas.

✔ “A participação dos professores da rede pública estadual é importantíssima porque há muito tempo a gente não se percebia como uma categoria única. A greve de professores das redes estadual e municipal, que pode vir a acontecer, faz parte da luta em defesa da Educação”, avaliou o sociólogo e professor do Departamento de Ciências Sociais da Ufam, Luiz Fernando Souza.

✔O governador Wilson Lima (PSC) foi tão criticado quanto o presidente Jair Bolsonaro (PSL), no ato de ontem no Centro de Manaus. Na verdade, o nome dele foi até mais citado que o de Bolsonaro no carro de som e na repetição da multidão dos gritos de ordem e nas vaias coletivas. Lideranças da Assprom e do Sinteam, pelo microfone, exigiram respeito do governador à Educação e aos professores.

✔ Estudantes também fizeram as mesmas cobranças afirmando que o governador e o presidente escolheram a “Educação” como inimiga. Wilson, no entanto, foi poupado dos gritos de “fora” dirigidos a Bolsonaro durante o protesto.

✔ A onda de insatisfação nacional tendo como centro ou pico das manifestações a defesa da “Educação” pode arrastar o nome do governador do Amazonas, Wilson Lima, neste redemoinho. Ninguém sabe ainda a intensidade com que isso deve continuar a girar. A greve de professores, que podia nem ter começado, e já completa um mês colocou o nome de Wilson na roda de protestos de ontem.

✔ Ter o nome associado a palavras e momentos que estão no pico da insatisfação popular pode gerar danos políticos irreparáveis, no presente e no futuro. No passado recente, o alvo era a “corrupção”. Agora, as ruas constroem novo mote: ataque à “educação”. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-governador José Melo e os políticos que estavam com os nomes vinculados ao dele pagaram preços altos.

✔ O deputado federal Sidney Leite (PSD), que participou da audiência do ministro da Educação, Abraham Weintraub, na Câmara de Deputados, nesta quarta-feira, dia 15, afirmou que o discurso dele é de “lunático” e cheio de contradição. Sidney ressaltou que, num primeiro momento, o argumento era diminuir recursos de cursos de Filosofia e Sociologia para investir em formação técnica. “E o corte do Ifam, por exemplo, é maior que na Ufam: 38,78%”, disse o deputado.

✔ “O ministro não foi convincente. Falta com a verdade, se contradiz. É lunático, o discurso dele é de lunático. Ele quer levar a Educação para o lado ideológico. É lamentável isso. Aí o governo ainda baixa um decreto que, de forma clara, quebra a autonomia das universidades”, avalia o deputado federal Sidney Leite (PSD).

✔ Professores da Ufam querem envolver diretamente a bancada federal do Amazonas na defesa das universidades públicas. A maioria dos parlamentares fez o curso superior na Ufam. Analisam enviar um manifesto ou promover um encontro para que os deputados federais e senadores se comprometam com os interesses da Ufam e do Ifam.

✔ A Câmara Municipal de Coari cassou o mandato de quatro vereadores na noite desta quarta-feira, dia 15, por quebra do decoro parlamentar. Os vereadores cassados, todos de oposição ao prefeito da cidade, Adail Filho (PP), são: Adevan Cordovil (PTB), Samuel Castro (PSL), Ewerton Medeiros (DEM) e Ademoch Filho (PSC). Dos 15 vereadores da casa, os onze da base do prefeito votaram pela cassação.

✔O vereador Adevan Cordovil afirma que a oposição foi vítima de perseguição política, julgada e expulsa da casa legislativa por denunciar irregularidades da prefeitura. Adevan disse que os vereadores não vão se conformar com a cassação e recorrerão à justiça para terem os mandatos, conferidos nas urnas, preservados.

✔ “É uma aberração. Fomos cassados por quebra de decoro e acusados de conluio com o Ministério Público, que investiga e denuncia irregularidades da prefeitura. Passamos documentos. Exercemos a nossa obrigação como vereadores”, afirmou o vereador Adevan.

Foto: Sintesam/Divulgação Redes Socais