
O Congresso Estadual do PT, que terminou com a reeleição do deputado estadual Sinésio Campos para presidente estadual da sigla e brigas internas, deixou o deputado federal e pré-candidato a Prefeitura de Manaus sem a declaração de apoio unificado de todas as correntes ao lançamento do nome dele nas Eleições 2020. No ano que vem estará em disputa a sucessão de Arthur Virgílio Neto (PSDB).
Após a eleição do diretório municipal, há cerca de um mês, o grupo de Sinésio saiu abalado com a união de várias outras tendências em torno de Waldemir Santana.
Da união das tendências que apoiam José Ricardo a Santana saiu o acordo de que os quatro anos de mandato do diretório municipal seriam divididos ao meio. Os primeiros dois anos – o que inclui as definições para as Eleições 2020 – ficou com Santana e os dois últimos com o grupo de José Ricardo.
Havia, a partir desta união, expectativa que a mesma jogada pudesse ser feita na disputa do diretório estadual, o que tensionou o grupo de Sinésio. Com 124 dos 300 delegados, ele só correria risco de não se reeleger presidente se a união de todas as tendências vingasse.
Não foi o que ocorreu. Antes do Congresso Estadual deste final de semana, várias tendências, em conversas com o diretório nacional, convergiram em torno de Sinésio Campos.
As informações de várias lideranças, antes do congresso, era que até os delegados ligados à José Ricardo iriam declarar apoio a Sinésio.
E, ao final do Congresso, uma resolução de apoio à candidatura própria em Manaus de José Ricardo seria emitida.
Ao longo das votações deste domingo, dia 20, houve muita troca de ofensas, acusações de falta de transparência, ética e traições, além de palavrões. A irritação entre os componentes de grupos divergentes chegou a se estranhar e teve empurra empurra-empurra.
Veja o vídeo:
Ao final, a assessoria de comunicação de José Ricardo distribuiu um release informando a mídia que o grupo dele analisa impugnar a eleição de Sinésio Campos porque os demais cargos do diretório estadual não foram definidos por votação dos delegados presentes, na sequência da votação que escolheu Sinésio.
Um documentos enviado ao blog mostra que em todos os demais estados houve definição durante o congresso de quantas vagas caberia a cada grupo interno do PT. Menos no Amazonas.
O grupo de Sinésio Campos indica que, na votação à presidência, já foi definido um mapeamento de quantos delegados tem cada tendência e, portanto, quantas vagas cada uma terá no diretório estadual.
No grupo de Sinésio, há membros que demonstram irritação com as ofensas que dizem ter recebido durante o congresso e afirmam que não se sentem estimulados a apoiar José Ricardo em 2020.
“Como apoiar, quem não nos apoia? Quem não perde oportunidade de nos ofender”, declarou um apoiador de Sinésio ao blog.
Todos os lados ouvidos pelo blog, nesta manhã, além de constatarem que a sonhada unificação não saiu mais vez, indicam que o PT caminha para uma realização de prévias antes de confirmar a decisão se haverá ou não candidatura própria e se José Ricardo será mesmo lançado nas Eleições 2020.
Foto: Assessoria de comunicação José Ricardo.