
O deputado federal e pré-candidato a Prefeito de Manaus, José Ricardo (PT), voltou a cutucar os membros da bancada do Amazonas que estão alinhados ao Governo Bolsonaro ao comentar o Decreto nº 10.2545 de 2020, considerado ruim para a ZFM (Zona Franca de Manaus).
“Eu espero que a bancada do Amazonas, que a maioria apoia este governo, este é o momento de a gente se unir contra essas medidas e em favor dos nossos empregos”, declarou José Ricardo em vídeo postado em suas redes sociais neste sábado, dia 22. .
A publicação do decreto considerado ruim para a ZFM abriu nova frente de guerra entre o presidente da bancada do Amazonas, o senador Omar Aziz, e o superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, que saíram trocando farpas na mídia e divergindo sobre os efeitos e a responsabilidade do atual cenário para o polo de concentrados.
É a segunda vez que José Ricardo publicamente chama a atenção sobre o alinhamentos da bancada do Amazonas com o Governo Bolsonaro. A primeira foi no início deste mês ao comentar também sobre a situação do polo de concentrados.
Em janeiro deste ano, membros da bancada do Amazonas adotaram tons de discurso mais suaves em relação ao presidente Jair Bolsonaro.
José Ricardo avalia que o novo decreto do presidente coloca em risco empregos de amazonenses em Manaus e no interior do Estado,
“O ministro de forma permanente questiona os incentivos e toma medidas que prejudicam a ZFM. Se não tiver incentivo, provavelmente algumas empresas vão fechar e vamos ter desemprego na capital e no interior”, declarou o petista.
Decreto sobre IPI e ZFM
O decreto do presidente Jair Bolsonaro, avaliado como ruim para o Amazonas, aumenta de 4% para 8% o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Dentro do atual contexto de crise para o modelo sob o comando de Paulo Guedes, o percentual foi medido como bom para a polo de concentrados, setor que reúne indústrias de produção de bebidas na ZFM. O problema foi o prazo.
No decreto publicado dia 20 deste mês, o presidente Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes determinam que este incentivo dure de 1º de junho a 30 de novembro de 2020. Depois disso, volta a 4%.
Quanto menor o IPI, imposto federal, menor a vantagem comparativa para a ZFM, que é uma área que oferece às empresas renúncias fiscais mais atraentes diante da maior carga tributária do resto do País.
O assuntou provocou a reação de angústia do setor que gera cerca de 7 mil empregos diretos e indiretos no Amazonas e um novo embate político entre a bancada coordenada por Omar Aziz e o superintendente da Suframa.